Revista da ESPM - STE-OUT_2011

s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 – R e v i s t a d a E S P M 59 Condições pedagógicas Quando nos referimos à educação superior, falamos, de certa forma, de presente-futuro. As IES são, ao mesmo tempo, “entrada” e “sa­ ída”, presente-passado e vice-versa, pois pas­ sado e futuro não estão em lugares estanques, estão no mesmo lugar! O futuro também não pode ser pensado como se estivesse do lado de lá. Se fosse dessa forma, a Universidade seria apenas uma ponte. É mais que isso, porém! Mas será que as IES estão sendo capazes de se organizar antecipadamente para o futuro? A IES tem de renovar sua missão a cada ano, uma vez que nela os jovens iniciam uma jor­ nada em busca de um futuro melhor. Por isso a IES deve acompanhar a marcha contínua do tempo, para não chegar defasada ao “fu­ turo” almejado pelos jovens. Como a duração dos cursos universitários é, basicamente, de quatro anos, a cada ano iniciado, a IES deve rever-se, reavaliar-se e reconstruir-se, a fim de que os jovens possam ver satisfeitas as suas expectativas ao final do curso. Estamos no século XXI e ainda temos uma presença muito forte do Estado nas diretrizes da educação. Pensar o futuro, em certa me­ dida, é pensar no presente; as atuais diretri­ zes, de certa forma, “engessam” o processo, limitando as inovações, pois a exigência do currículo mínimo inviabiliza uma mudança radical na concepção de projetos mais flexí­ veis. Conforme afirma DEMO (2002: 11-12), “a educação formal mantém, ainda, ritualística linear, com base na percepção muito equivo­ cada de “transmissão de conhecimento”, algo consagrado, infelizmente, em nossa Lei de Diretrizes e Bases (LDB), quando sancionou os “200 dias letivos” – em vez de aumentar a aprendizagem, aumentou dias de aula”. Quanto ao método, creio ser necessário foca-lo, em três pontos: As matrizes deveriam ter menos disci­ plinas e mais projetos multidisciplinares; como afirma Morin (2004: 36), “as realidades ou problemas {estão} cada vez mais multidis­ ciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais, planetários”. Associar teoria e prática. Observar uma dimensão global/local. Condições humanas As IES hoje são avaliadas em três dimen­ sões: projeto pedagógico, corpo docente e instalações. Tais dimensões contemplam aspectos fundamentais para uma educação de excelência. No entanto, poucas são as instituições no Brasil que realmente aplicam o mínimo. Há divergências quanto a vários quesitos; um há, porém, que creio funda­ mental, que é matéria-prima para a cons­ trução de perfis coerentes com a demanda do futuro, que nada mais é que o Professor, ou, melhor dizendo, o “Educador”. Não se realiza educação sem Educadores. E não se constrói uma “Escola”, se não fixamos o pensador em algum lugar. Se entendermos ser esse o papel da Universi­ dade, torna-se-á, então, essencial, aprimorar a qualificação dos docentes para o futuro; e, qualificação, exige estudo e tempo, simulta­ neamente – enfim, uma porta, que seja “porta de entrada” e também “porta de saída”. Para tanto, é prioritário que as IES tenham: Arena Creative

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