Revista da ESPM - STE-OUT_2011

p. 255) afirma que não se pode predizer o futuro: pode-se inventar futuros. Na mesma trilha, agências multilaterais se empenham para influir sobre a concepção de políticas e estratégias em distintos países e áreas de atuação. Exemplo disso está no trabalho realizado pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (UNESCO), na medida em que tem protagonizado a elaboração de uma agenda voltada para a educação. Não é sem razão de ser que fixa como objetivo assistir os Estados-Membros no desenvolvimento da capacidade de formular políticas e estratégias sobre educação superior. Coerente com tal propósito, em 1971, Edgar Faure é convidado para presidir a Commission Internationale pour le Développement de l’Éducation (CIDE), im- buída de conceber e propor novas finalidades para a educação. O resultado desse trabalho foi consolidado em relatório sugestivamente intitulado Apprendre à être (Aprender a ser). Em meados de 1993, Jacques Delors é convi- dado para presidir a Commission Internationale sur l’Éducation pour le XXI . No contexto de uma sociedade marcada por processos de transformação fortemente associadas às ino- vações tecnológicas, particularmente ao de- senvolvimento das tecnologias da informação e aos meios de transporte, parecia consensual a necessidade de a educação ser repensada e reorganizada. Esse é o eixo norteador do trabalho da referida comissão e os resultados alcançados foram reunidos em relatório no- meado Learning: the treasure within (Educação: um tesouro a descobrir). O que os dois relatórios têm em comum? Os dois trabalhos têm em comum a vincu- lação com a UNESCO e a intenção de influir na reorganização do sistema de educação superior mundial. Ambos foram realizados com o suporte de uma equipe heterogênea tanto pela origem, quanto pela formação e área de atuação profissional. Na fase de coleta de materiais seus autores se preocupam em combinar distintos recursos metodológicos: Missões são enviadas a países localizados nos diversos continentes visando conhecer de perto as especificidades de cada um deles. Diálogos com representantes das entidades que integram o sistema das Nações Unidas (PNUD, OIT, FAO, FISE, OMS, BID, BIRD, CEA, OCDE, OEA, OUA) para formar uma visão transversal dos temas vinculados à educação. • Participação em reuniões nacionais e in- ternacionais cuja pauta se orienta por temas subordinados à educação. Realização de duas dezenas de entrevistas com especialistas em educação e representan- tes estudantis. UNDP - United Nations Development Programme (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) WHO - World Health Organization (Organização Mundial da Saúde) FAO - Food and Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura ) IBRD - Internacional Bank for Reconstruction and Development (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) ILO - International Labour Organization (Organização Internacional do Trabalho) IDP - Inter-American Development Bank (Banco Inter-Americano de Desenvolvimento) UNICEF - United Nations Children’s Fund (Fundo das Nações Unidas para a Infância) ECA - Economic Commission for Africa (Comissão Econômica para a África) OECD - Organization for Economic Co-operation and Development (Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento) OAS - Organization of American States (Organização dos Estados Americanos) OAU - Organization of African Unity (Organização da Unidade Africana) Gustavo Valdivia

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