Revista da ESPM - STE-OUT_2011
A equipe de Delors et al. (2000, p.268-288), adota procedimentos metodológicos próximos daqueles descritos no relatório coordenado por Faure et al . (1977, p.381-394). Possivel- mente, por contar com uma equipe mais ro- busta (14 membros), e mais diversificada em termos de gênero (há cinco mulheres), áreas de formação e de atuação profissional; dispor de um staff oferecido pela agência; ter acesso a expressivo número de dados; além de contar com a experiência internacional acumulada pela UNESCO. Apesar da sofisticação meto- dológica e da inclusão de exercícios reflexivos, todos os capítulos são concluídos com uma seção intitulada pistas e recomendações. As- sim, os resultados ganham caráter prescritivo, bastante recorrente em investigações que se prestam a desenhar o futuro. Levando em conta os dois documentos, mes- mo gerados por equipes de portes distintos; formadas por profissionais de múltiplas na- cionalidades, horizontes culturais, filiações políticas e responsabilidade no universo da academia e da hierarquia pública; adotando percursos metodológicos parecidos; escritos em contextos sociais, políticos e econômicos distintos (1972 e 1999, respectivamente), ambos convergem em alguns aspectos que dificilmente poderiam ser considerados de vanguarda. Assim, é possível afirmar que pouco colaboram para se inventar futuros – nos termos expressos por Faure et al . (1977, p. 255). No máximo, ajudam a ressignificar o passado e é disso que este texto tratará. O relatório de Edgar Faure – aprender a ser No corpo do 8 o capítulo da versão final do rela- tório foram reunidas 21 recomendações (p. 265- 342). Na oportunidade, os autores destacam a necessidade de os atores sociais estabelecerem estreita relação entre a educação e a vida (p. 32); entre o universo escolar e extraescolar, na dire- ção do que nomearam de “cidades educativas” ( villes éducatrices ) (p. 253). Sublinharam exaustivamente a necessidade de redução do tempo envolvido nos cursos oferecidos (p. 303), frente ao compromisso de investir em educação permanente (p. 272). Para eles, “a permanente revolução técnico-científica em que se vive obriga-nos a um O significado dos acontecimentos depende daslentesutilizadas.Assim,quandosealteram as lentes (ou filtros), altera-se o significado do acontecimento, ea issosechama ressignificar , ouseja,modificaralentepelaqualumapessoa percebe os acontecimentos a fim de alterar o significado desse acontecimento. s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 – R e v i s t a d a E S P M 67 A aprendizagem não é um processo linear, e deve ser equacionada numa perspectivamultifacetada, bemdistan- te dos simplismos que caracterizam tanto a escola tradicional quanto a pedagogia moderna. Promover a aprendizagemécompreendera impor- tância da relação ao saber, é instaurar formasnovasdepensar ede trabalhar a escola, é construir o conhecimento junto à própria trajetória pessoal.
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