Revista da ESPM - STE-OUT_2011
R e v i s t a d a E S P M – s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 80 somente de ensinar os conteúdos curriculares, mas, o que era mais importante, cabia a eles despertar o que demelhor houvesse nos alunos. Embora influenciando fortemente educadores de todo omundo e não sendo o Brasil uma exceção, ao viajar pela América do Sul para difundir suas ideias, Ferrière foi impedido pela ditadura do Estado Novo a desembarcar no Rio de Janeiro. O excesso de autonomia e liberdade, proposto nas ideias do educador, feria a proposta de uma educação diretiva, onde o certo e o errado eram impostos de forma autoritária no Estado Novo. Deixando de lado o passado, vamos agora tratar do futuro com a liberdade de quem não tem obrigação de acertar, mas inspirados pelo passado. Alguns dos imperativos sociais estão presentes e vão sendo revelados no nosso co- tidiano. A sociedade do futuro terá de ser mais justa, e a defesa da igualdade entre os homens já se faz presente de diferentes maneiras. Leis punem com rigor o preconceito racial ou qual- quer forma de discriminação e, certamente, representam um marco de uma tendência, de ummovimento bem-sucedido na busca de uma sociedade justa. A preservação do meio ambiente, embora com um conhecimento pequeno disponível sobre o tema e ainda commuitas contradições, é um im- perativo da vida moderna. E a educação no Brasil certamentedeverá ser equacionadanaperspectiva do desenvolvimento pleno e sustentável do País. O acesso à renda e a preocupação do governo com a erradicação da pobreza absoluta deve ser bandeira do futuro, pois é impossível galgar posições no ranking do IDH sem olhar para a sociedade de forma global. Finalmente, e com igual importância, há demandas concretas por um profissional melhor preparado para enfren- tar as exigências do capitalismo global. Sendo assim, a educação deverá continuar protegida pela Constituição como um direito de todos e um dever de Estado, em colaboração com a iniciativa privada. Mas depois do acesso garantido à escola para todos os cidadãos, da gratuidade do ensino público, será preciso equacionar a questão da qualidade do ensino público e privado. Não vamos aqui mencionar as pesquisas quemostrama dificuldade dos alunos da 4 a série em ler e interpretar corretamente um texto, nem tampouco as baixas médias do ENEM. Preocupam-nos mais os altos índices de reprovação do exame nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), como um in- dicador relevante de que não formamos pessoas preparadas para os enormes desafios do futuro. República Nova (1946-1963) A nova Constituição determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à Uniãopara legislar sobreasdiretrizes ebasesdaeducação.Alémdisso,fez voltar opreceitodequeaeducaçãoé direito de todos. Em 1953 a educação passa a ser administradaporumministériopróprio -Ministério da Educação e Cultura. Em 1961 prevaleceram as reivindica- çõesdaIgrejaCatólicaedosdonosde estabelecimentos particulares de en- sino no confronto dos que defendiam o monopólio estatal para a educação dos brasileiros. 1953 1946 1961
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx