Revista da ESPM - STE-OUT_2011

s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 – R e v i s t a d a E S P M 89 cometeram pecados irrecuperáveis. Precisa ter um verdadeiro compro- misso nacional e vontade política de mudar as coisas. MARIA TEREZA – Há uma parte dentro das escolas que é puro trei- namento. Mas qual é o espaço de uma escola, de uma faculdade, de uma universidade hoje? Elegemos alguns temas, algumas causas pe- las quais batalhamos e que estão relacionados com valores profundos da instituição. Ao trabalhar isso, descobrimos quais os espaços de criação que conseguimos desenvol- ver. Um exemplo bem pragmático disso ocorre na FGV, que tem um compromisso com o desenvolvi- mento do país. Uma causa abraçada por nós hoje é a questão da sus- tentabilidade – ambiental, social e econômica − que é objeto de uma série de disciplinas tradicionais. Mas tem uma delas que está sendo para nós uma experiência interes- sante. É a disciplina chamada de Fundamentos Integrados da Sus- tentabilidade, na qual o papel do professor é integrar conhecimentos e trabalhar, com aqueles alunos, a sua capacidade de análise, diag- nóstico e posicionamento para a tomada de decisão. No ano passado, o nosso projeto foi a Usina Hidre- létrica de Belo Monte. Os alunos do curso de administração tiveram de entender a usina sob todos os aspectos, além de trabalhar com os conhecimentos e as ferramentas da área de administração. Em um certo momento, fizeram uma análise e tomaram uma posição: a favor ou contra. Aí conseguimos exercer nos- so papel nessa formação, colocando à disposição do país, da sociedade e do mercado um tipo de profissional capaz de tomar posições. Não é somente “olho na tela”. Temos um olho no olho que envolve o professor e aquele grupo de alunos. LITTO – Depois de tudo que ouvi- mos, é possível dizer que a educação no Brasil está em mãos de pessoas que não têm abertura para a experi- mentação e a inovação. Pensei que o exemplo da Índia seria da década de 90, como o buraco na parede ( hole in the wall ), feito por Sugata Mitra. Ele era o dirigente de uma empresa de } I sto é preci so ter na sa la de aula: o contato com as cr ianças, o face a face. ~ } Vejo que o senso comum sobe junto com a informação, enquanto questões realmente especí f icas e profundas f icam de fora e confun- dem professores e pesquisadores. ~

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