Revista da ESPM - STE-OUT_2011
s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 – R e v i s t a d a E S P M 93 } Qua l é o pape l do professor? Se e le s implesmente l imi tar-se a repassa r a i nformação, va i perder para o computador. ~ MARIA TEREZA – Neste caso, as es- colas de administração estão mais avançadas, tanto que a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo ( FEA-USP), tem um Centro de Estudos de Futuro, como na FGV. Quando se faz ce- nários é preciso pegar toda a parte econômica, social, política e tecno- lógica de determinada localidade. LITTO – E o que foi feito para aplicar essa fórmula nas escolas de 2 o grau de São Paulo? MARIATEREZA – Éprecisoprover estu- dos que subsidiem políticas públicas. Até um ENADE pode ser uma forma de contribuição, desde que seja bem pensado e corretamente trabalhado. LITTO – Há quatro anos convenci um orientando de doutoramento na ECA a fazer a tese dele sobre um projeto curricular de estudos do futuro para escolas de 2 o grau. Agora, estou pondo esse traba- lho à disposição de quem quiser experimentá-lo. É uma tese de doutoramento aprovada por banca e que, por enquanto, está disponí- vel porque ainda não achei a ins- tituição que possa experimentá-lo como currículo. LINCOLN – Cada vezmais, as soluções estão na técnica. Muitas vezes, a teoria é ensinada inadequadamente nos cursos de administração. É um desafio. No entanto, o professor se protege na teoria, porque no front da empresa e da sociedade, a técnica demandada é a competência para re- solver problemas sociais, de cidades, de produção... Então, a teoria fica sem um lugar adequado. Produzem-se livros, revistas, artigos acadêmicos, mas qual é o lugar da teoria? MÁRIO RENÉ – Como um professor da ESPM, da FGV ou da ECA pode- ria se preparar para enfrentar esse futuro, já em 2012? Como chefe de departamento, leio centenas de avaliações de professores, e uma palavra que está associada a pro- fessor é sabedoria – sophia . O que os alunos endeusam no professor está na palavra sophia : “ S” de saber; “ O” de objetivo; “ P” de perceptivo; “ H” de humilde; “ I” de interessado no aluno; e “ A” de atualizado. Esse professor sophia é extremamente bem avaliado. Talvez com esse acrô- nimo orientando os professores, se consiga colocá-los. Ainda assim, o que realmente o aluno espera de- les? Isso me lembra Ao mestre com carinho , um filme de 1967, em que Sidney Poitier conseguiu educar uma sala de absolutos marginais ingleses da periferia, dando-lhes responsabilidade. Tirou o apelido de todo mundo e passou a chamá-los de senhor e senhora. O que vemos hoje são alunos com menos responsabilidade, por conta da pre- sença frequente dos pais. Nossos adolescentes não sabemmuito bem para onde ir. Esse talvez seja o papel do condutor, do professor e, assim, voltamos ao ponto de partida. GRACIOSO – O sent ido da res- ponsabilidade é um valor. Somos confrontados com valores que já
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