Revista da ESPM - SET-OUT_2007

Eva Stal 23 SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M o ciclo de produção de um ônibus passou de mais de 20 dias, em 1987, para apenas 6,5 dias, em 1994. Foi feito um amplo programa de desen- volvimento de fornecedores, para reduzir a verticalização. Vários funcionários saíram da empresa e viraram parceiros. Em 1996 e 1997 a Marcopolo obteve os certificados ISO 9001 e ISO 9002. As peças utilizadas nas três fábricas bra- sileiras da Marcopolo (duas no Rio Grande do Sul e a terceira no Rio de Janeiro), estão sendo fabricadas ao lado de cada linha, conforme a necessidade. Não há estoques. A Marcopolo foi considerada uma das empresas mais inovadoras do Brasil, de acordo com o recém-lançado Índice Brasil de Inovação (IBI), projeto desen- volvidopor pesquisadoresdaUnicamp. O índice leva em conta o esforço e os resultados em pesquisa e desenvolvi- mento, comparando-os com a média do setor. Os setores foram divididos em quatro grupos, de acordo com a intensidade tecnológica – alta, média-alta, média-baixa e baixa. As três primeiras empresas do grupo de alta tecnologia foram a Delphi, a Embraer e a Marcopolo. O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO A Marcopolo enfatizou, inicialmente, o mercado interno. Naquela época, exportar tinha o propósito complemen- tar de diminuir a ociosidade dos ativos, nosmomentos demenor venda. Como passardosanos, apartirdascapacidades queseacumularam,tantopelaprodução internacomopelodesenvolvimentodas exportações, competir comas empresas líderesnomercadomundialpassouaser oobjetivocentraldasaçõesestratégicas da Marcopolo. Para alcançar essa meta, foi desenvolvido um conjunto de recursos e de capacidades. Apesar de omercado brasileiro ser um dos maiores do mundo, inexistindo praticamente o transporte ferroviário de passageiros, suas oscilações e a forte concorrência não permitem que a empresa dependa exclusiva- mente dele. A busca de mercados internacionais é fundamental. Porém, é inviável, economicamente, ter a produção completa em outros países, daí os processos de montagem CKD, PKD e SKD. O primeiro destino das exportações é a América Latina e depois o Oriente Médio, com ônibus rodoviários, normais e adaptados. As empresas podem adotar duas ações paraodesenvolvimentodoprocessode internacionalização, quais sejam: a) a empresa exportadora vende sua tecnologia para uma empresa local, ex- portando seus produtos em CKD; b) ou a empresa exportadora forma uma joint-venture com empresas locais, podendo ainda instalar-se sozinha no país. Quando a empresa decide vender sua tecnologia, ela correrá sempre o risco, após o término do contrato (5 a 10 anos), de “perder” o seu know-how para a licenciada, transformando-a em Não há hoje no mundo outro fabricante com linhas de ônibus tão diversificadas – mini e microônibus, os de dois andares ou bi-articulados, ônibus rodoviários, normais e adaptados. Ð Fotos concedidas pela Secco Consultoria de Comunicação - Arquivo Marcopolo

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx