Revista da ESPM - SET-OUT_2007

24 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 A mudança na estratégia internacional da Marcopolo grandeconcorrente. Porém, seelaoptar por se estabelecer nopaís isoladamente Ou em forma de joint-venture , terá total autonomia sobre sua tecnologia, solidificando seupoder de competição no país importador. O controle dos ativos tecnológicos in- fluenciou a estratégia demontar fábri- cas no exterior, em vez de licenciar a tecnologia. A atualização tecnológica é fator crítico paramanter sua posição de liderança e pioneirismo, dado o aumento da concorrência e a rapidez de difusão das inovações. A estratégia de internacionalização em parceria com fabricantes de chassis pro- move o desenvolvimento tecnológico. A Marcopolo possui parceria com o grupo sueco Scania para produzir ôni- bus na África do Sul, com a Volvo na Colômbia, com a Mercedes-Benz no México e com a Iveco, na China. Esses acordos e alianças estratégicas estão em sintoniacomumatendênciamundialdo setorautomotivo,emqueasmontadoras passama dividir responsabilidades com parceiros. Num primeiro momento, a opçãoporparceirosfixosemalgunsmer- cados pode parecer uma contradição para uma empresa que cresceu sem nunca se ligar a ninguém. Mas o fato de fazer alianças estratégicas não significa perder a autonomia que conquistou e que a ajudou a crescer. A fábrica de Portugal possibilitou o acesso ao sofisticado mercado europeu e o intercâmbio tecnológico entre as várias unidades da empresa, além da proximidadecomfornecedores, clientes econcorrentessofisticados.Seuprincipal papel é a coleta de informações sobre os desenvolvimentos tecnológicos na indústria européia de carrocerias de ônibus. O nível de atividades técnicas é superior ao das demais plantas, por causa das exigências muito maiores do mercado, em termos de componentes e produto final – normas de segurança mais rígidas, exigência de tecidos in- combustíveis, vidros mais seguros e componentes diferenciados. Por isso, compram-se componentes localmente, em vez de mandá-los do Brasil. As atividades de desenvolvimento de produtos e de processos são feitas no Brasil, mas a fábrica de Coimbra pode modificá-los, adequando-os às con- dições locais e se responsabilizando pela qualidade do produto final. Com exceção de Portugal, as demais plantas foram localizadas em função do mercado.Osmaioresclientesdeônibus, principalmente urbanos, são países em desenvolvimento, e as exportações se dirigemparaospaísesdas trêsAméricas, ÁfricaeOrienteMédio. EmDubai,onde háumescritóriode representaçãodesde 1998,osônibusMarcopolorepresentam cerca de 70%da frota. COMO AS TEORIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO E DE ESTRATÉGIA EXPLICAMO SUCESSO DA MARCOPOLO A trajetória internacional da Marcopolo encontra respaldonas teorias comporta- mentais (iníciodaexpansãoporPortugal e América Latina; distância psíquica) e econômicas de internacionalização, e também na visão baseada em recur- sos (RBV – Resource-Based View). A empresa é inovadora em produtos e processos,masseugrandediferencialéa capacidadedeatendimentodiferenciado aos clientes, com a customização de produtos. Neste caso, a desvantagem de origem (país em desenvolvimento) A Marcopolo faz também ônibus com divisórias para separar homens e mulheres.

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