Revista da ESPM - SET-OUT_2007

26 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 A mudança na estratégia internacional da Marcopolo A marca MARCOPOLO é particular- mente valiosa pela sua estabilidade, liderança, internacionalização, dura- bilidade e, especialmente, pelo valor de revenda que assegura aos produtos. A empresa é titular de várias marcas registradas no Brasil e nos principais países onde comercializa ou pretende comercializar seus produtos. São mais de 200 registros ou pedidos de registros de marcas emmais de 20 países. NOVOS NEGÓCIOS NA RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA NaChina, a empresamanteve, de 2001 a2006, o“ProjetoChina”, parceriacom achinesaCBCea italiana IVECO(grupo FIAT), que consistia num contrato de transferênciade tecnologiaparaa Iveco. Cabia àMarcopolo o projeto dos veícu- los e das instalações industriais, a fabri- caçãodeferramentaiseotreinamentodo pessoaltécnico–umpacotetecnológico com valor de US$ 12,5 milhões – além do fornecimento de componentes. Os planos de instalação de três novas fábricas na Índia, Rússia e China estão se concretizando. O objetivo é se esta- belecer empaíses populosos e de baixa renda per capita , que utilizamo ônibus comotransportepreferencial.NaRússia, foi constituída joint venture com a em- presa Ruspromauto, a maior fabricante de ônibus do país, num investimento deUS$ 6,5milhões, dividido empartes iguais entreos dois sócios. Esta empresa produz 18.500 unidades por ano e de- tém entre 70 e 75% do mercado russo. Na parceria, aMarcopolo contribui com atecnologiaeosprocessosdemontagem, eaRuspromauto forneceoschassisedis- ponibilizaasinstalaçõesindustriaisparaa nova empresa, que começou a produzir em setembro de 2006. Numa primeira fase, os componentes são levados do Brasil, mas já foi iniciado o processo de desenvolvimento de fornecedores de componentes na Rússia. Essa nova unidade produzirá modelos rodoviários para ocupar parte do mer- cadohojeabastecidoporveículosusados importados da Europa, em especial da Alemanha (cerca de 5 mil unidades por ano), alémdas 300 a 500 produzidas no país.As expectativas de produção para o primeiro ano são de 175 unidades, com um faturamento de US$ 15 milhões. Já noterceiroanodeatividades,osnúmeros devem alcançar 750-1.000 unidades e faturamento de US$ 60 milhões. O mercado russo chega a 25mil ônibus de todos os modelos por ano. A negociação com a empresa russa foi iniciada em 2004, depois que o país aumentoude 50%para 80%o imposto sobre a importação de ônibus usados. Em2006, a restriçãoficoumaior, coma reduçãodeseteparacincoanosno limi- tede idadeparaos veículos importados. A intenção daMarcopolo é aumentar o maisrápidopossíveloíndicedenaciona- lização dos ônibus, para escapar do câmbio apreciado do Brasil. No início, 95%doscomponentes serãobrasileiros, exceto vidros e algumas peças plásticas e eletrônicas, mas em dois anos o nível de conteúdo local deverá chegar a pelo menos 50%, e a expectativa é de nacionalização total. Na Índia, emmaiode2006 foi anuncia- da a joint venture entre aMarcopolo e a principalmontadoradaquelepaís, aTata Motors, num investimento aproximado de 44milhões de dólares. Será construí- da uma nova fábrica, com capacidade inicial de 7 mil veículos por ano, que produzirá ônibus rodoviários, urbanos, minisemicrosparaosmercadosindiano eestrangeiro.Omercadoindianodeôni- bus é duas vezes maior que o brasileiro e consome 45 mil unidades por ano, mas ogovernoprotege as fábricas locais com imposto de importação elevado, em torno de 30%, principal razão para o empreendimento conjunto. ATata Motors produz 22.000 unidades/ ano e possui 49% do mercado indiano. Na nova empresa, ela terá 51% de participação e a Marcopolo 49%. O in- vestimentoinicialemmáquinaseequipa- mentosfoideUS$13,3milhões,divididos proporcionalmente. Os outros US$ 30,7 milhões serão buscados no mercado. A Marcopolo aportará a tecnologia para a montagem das carrocerias, incluindo desenvolvimento de novos modelos e design, métodos, processos e a gestão industrial e aTata fornecerá os chassis e será responsável pela comercialização dos ônibus completos. O início das atividades está previsto para setembro de 2007. A receita da joint venture esti- mada para o primeiro ano é de aproxi- madamente98milhõesdedólares, com expectativa de 395 milhões de dólares no quinto ano de atividades. O interesse na Índia é simples.Até hoje, o transporte, tanto de cargas quanto de pessoas, esteveconcentradoemvias fér- O ciclo de produção de um ônibus passou de mais de 20 dias, em 1987, para apenas 6,5 dias, em 1994. 70% Os custos com estoques baixaram

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