Revista da ESPM - SET-OUT_2007
38 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 O paradigma da competitividade brasileira colônias; até porque, vale sempre a pena lembrar que boa parte das sociedades de proteção social (França, Bélgica, Países Baixos, Inglaterra), ainda eram, atéofinal da IIGuerra, potências coloniais. IssoquandooEstadonãoera simplesmenteoprin- cipal gestor dasmaiores empresas nacionais (vide os exemplos daRenault, BritishAirway, Deutsche Telekom, entre tantas outras). Aceita-se de maneira consensual que, a partir de meados dos anos setentas, este modelo teria en- trado emdeclínio emprol de economias de livre- comércio, nas quais o Estado já não tinha o papel regulador eprotetor. Impulsionadopelosmodelos liberais implementados por Margareth Tatcher e Ronald Reagan no início dos anos oitentas, a economia mundial teve um desenvolvimento exponencial nos países centrais, isso enquanto ia deixando de lado as expectativas daquilo que ainda chamávamos nos anos sessentas de “socie- dade da afluência”. Se, por um lado: “o capital conheceu, durante esse período, oportunidades múltiplas de investimento oferecendo taxas de lucros geralmente mais elevadas que em épocas anteriores” 2 , por outro a flexibilização do traba- lho, o desenvolvimento tecnológico e o declínio daspolíticas estataisdeproteçãoprovocaramuma situação potencialmente explosiva. Lembremos apenas que, enquanto o PIB norte-americano por habitante cresceu 36% entre 1973 e 1995, o saláriohoráriode trabalhodenão-executivos (que constitui a maioria dos empregos) caiu em 14%. Noano2000, o salário real denão-executivos nos EUA retornou ao que era há cinqüenta anos 3 . É fato que a política de livre comércio evitou a desagregação do sistema, já que a baixa do poder decompradecertascamadasdapopulaçãoera,de uma certa forma, compensada pela possibilidade de exportação e abertura de novos mercados. Talvez issoexpliqueporqueospaísescentraismais retardatários neste processo de abertura (França e Alemanha), eram exatamente aqueles que mais dependiam de seu mercado interno. Muitas são as explicações para esta mudança da relaçãoentreEstadoeesferaeconômicanospaíses Impulsionado pelos modelos liberais implementados por Margareth TatchereRonaldReagannoiníciodosanosoitenta,aeconomiamundial teve um desenvolvimento exponencial nos países centrais. Fotos: Google Images
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