Revista da ESPM - SET-OUT_2007

44 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 Entrevista GRACIOSO – O que motivou a internacionalização em primeiro lugar, ou seja, além da expansão dos negócios há outras razões es- tratégicas? MILTON – O processo de inter- nacionalização já fazia parte do “DNA” da empresa na época em MILTON – Cada região apresenta particularidades diferentes, com diferentes níveis de competição e de dificuldades na operação. GRACIOSO – O que motivou a fusão com o grupo Interbrew e como se estabilizaram as relações de propriedade na InBev? MILTON – O principal motivo foi justamente a tendência do mercado e a necessidade que os acionistas das empresas detectaram de unir recursos e esforços para crescer globalmente. O sucesso dessa aliança, estabelecida em março de 2004, vem se consolidando graças não apenas à soma do potencial de cada uma das partes, mas tam- bém por permitir que as melhores O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO JÁ FAZIA PARTE DO “DNA” DA EMPRESA NA ÉPOCA EM QUE BRAHMA E ANTARCTICA ERAM CERVEJARIAS DISTINTAS. que Brahma e Antarctica eram cer- vejarias distintas. Basta lembrar que a Brahma iniciou o seu processo de internacionalização com aquisições na Argentina e na Venezuela ainda em 1994. O processo ganhou ainda mais fôlego após a criação da Am- Bev, em 2000, e, posteriormente, com a aliança com a Interbrew, hoje InBev. Além da intenção de expandir as operações para outros mercados e a maior disponibili- dade de capital para investimento, outro fator de peso para a inter- nacionalização foi a conjuntura do mercado. Nos últimos anos, o mercado de cerveja passou por uma reestruturação global. No mundo todo, grandes grupos cervejeiros adquiriram ou se uniram a empre- sas líderes locais, com a intenção de atuar em diferentes mercados e conquistar novos clientes por meio da ampliação do portfólio. GRACIOSO – Que percentagem das vendas totais da Ambev é feita hoje fora do Brasil? MILTON – Hoje, aproximada- mente 37% da receita líqüida da AmBev provêm de operações de fora do Brasil. GRACIOSO – Como a indústria de bebidas costuma reagir à interna- cionalização ou aos novos en- trantes? Que problemas novos (isto é, que não são comuns no Brasil), são enfrentados no exterior? Em sua origem, a AmBev resultou da fusão entre a Brahma e a Antarctica, as duas maiores cervejarias do país na época. Foto: xlucas’s Imagem: Biology, Science

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx