Revista da ESPM - SET-OUT_2007

Mesa- Redonda 68 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 de documentação, por exemplo, um processo que vai a julgamento pode ter 15 a 20 mil páginas... JR – Isso não se chama também de burocracia? FELIPE –Temumpoucode burocracia, mas tem muito, também, de disci- plina, por exemplo, numa discussão de sobrepreços, no qual o cliente se recusa a pagar e exige ver por escrito que foi solicitada uma modificação. Se você não tema documentação fica mais difícil. Os americanos têm um processo de administração contratual muitobemorganizado,mas o Equador foi um aprendizado para nós. GRACIOSO – Interessante. Não se imagina aprender uma lição impor- tante assim, no Equador... JR – Gostaria de encerrar com uma rodada, em que vocês dissessem o que esperam de nós – ESPM – na formação de pessoal para suas em- presas, no futuro. GRACIOSO – Interessariam para vocês os alunos que estão fazendo curso de mandarim, aqui na Escola, ou outros tipos de cursos? MAURICIO – Diria que a primeira coisa é a con- vivência da academia com a vida como ela é. Tive um grande choque, na minha vida profissional. Saí da faculdade jovem e, aos 27 anos, era gerente-geral no México, achando que sabia tudo porque tinha tido uma formação acadêmica sólida. Quebrei a cara umas 30 vezes, porque a vida é diferente da escola. A primeira coisa que eu diria àquele que estuda mandarim, sem saber o motivo, é que pode até ser interessante, mas eu me interessaria mais por um aluno que é curioso, que estuda para aprender mais, para viver as coisas como elas são. Diria para os alunos: viajem, vão para o exterior! O estudo estruturado é importante, mas a vivência é fundamental. Diria que o mundo está abrindo as portas, mas ele não chama; só abre as portas. É nossa a decisão de ir lá e vivê-lo; não deve- mos esperar ser chamados, porque ninguém está chamando ninguém. FELIPE – A Odebrecht tem um programa chamado de Jovens Par- ceiros, que traz alunos do último ano, sétimo ou oitavo semestre de engenharia, administração e economia – basicamente – para in- gressar na organização, que conta com muita atenção da empresa. O programa tem uma importância fundamental – o próprio Norberto, que é o presidente de honra do Grupo, participa ativamente, e é sempre ovacionado... São ciclos, durante alguns dias, em Salvador – onde a empresa nasceu – e eles têm contato com executivos, o conselho de administração, os próprios conselheiros: dr. Nor- berto, dr. Emilio, Marcelo, as três gerações do Grupo. Eu passei por isso, quando estava saindo da faculdade, e foi muito estimu- lante. Nos dias de hoje, os alunos precisam ter experiência interna- cional, curiosidade – não apenas em falar inglês, mas também falar mandarim, que, acredito, será uma língua cada vez mais importante. O aluno ter tido uma experiência “A PIOR COISA QUE PODE ACONTECER É DEIXAR UMA OBRA INACABADA.”

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