Revista da ESPM - SET-OUT_2007
Brasil multinacional 69 SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M ES PM internacional, convivido com uma outra cultura, será realmente um ativo importante, fundamental. HORÁCIO – Às vezes, olho para trás e me vejo estudante de enge- nharia. Naquela época – meados dos anos 70 – fazer engenharia ou medicina em algumas esco- las podia significar uma garantia de emprego. O mundo mudou, mudaram as empresas, houve uma verdadeira revolução – que tem origem na telecomunicação e na informática – que permitiu inte- grar o mundo e torná-lo cada vez mais descentralizado. As escolas mudaram e os alunos também. Percebo os alunos, os meus filhos, mais conectados e menos passivos do que eram há três décadas. E acho que isso tem importância para a evolução na carreira, a sobrevivência e o atingimento de uma posição de destaque. Ter bons fundamentos é importante, sabe- mos disso, mas estar conectado com o mundo tornou-se ainda mais importante. Aprendi, por meio de vivências próprias, que uma visão humanística e a capacidade de lide- rar pessoas têm muito a ver com o entendimento, o reconhecimento, até das origens étnicas e culturais, que nos permitem valorizar o que deve ser valorizado em determina- das pessoas, diferentemente de outras. Essa capacidade é muito importante para o jovem que se especializa – e deverá ter um papel na sociedade produtiva de amanhã. ILAN – Queria repetir o truísmo de que onde há um problema também há uma oportunidade. O que a gente vê emergir das falas dos representantes de em- presas líderes é a demanda que existe por pessoas que tenham uma boa formação, curiosidade, que estejam ligados na área de internacionalização. Os alunos já percebem isso. Não por acaso estou com este livro sobre Inter- national Organization Behavior, porque à noite vou dar aula sobre isso para um grupo de alu- nos, em inglês, e eles se inscreve- ram para fazer um curso com um professor exigente, difícil e chato, porque percebem que têm uma oportunidade nisso. Nós acabamos de fechar o processo de inscrição das nossas vagas de intercâmbio, e 41 alunos se inscreveram. O número está crescendo ano a ano. Os alunos percebem que esta- mos diante de um desafio, como instituição de ensino, de responder com quali- dade a essa demanda, atender às necessidades das organizações. E faço um apelo, a vocês: que nos facultem também o acesso às suas experiências, para que possamos fazer pesquisas. GRACIOSO – Quero encerrar com uma referência de Norberto Odebrecht. Ele tinha um quadri- nho, atrás da mesa de trabalho, com o trecho de um poema do indiano Rabindranath Tagore, que d i z i a ma i s ou meno s o seguinte: “Dormi e sonhei que a vida é alegria. Acordei e percebi que a vida é servir. Então servi e encontrei a alegria”. FELIPE – E ele complementa dizendo que “quem não nasce para servir, não serve para viver”. JR –Umbompretextopara agradecer a solidariedade de vocês, por viremaqui e doarem o seu tempo, servindo aos nossos alunos, professores e leitores, com essa sua experiência profissional tão rica, variada e instrutiva.
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