Revista da ESPM - SET-OUT_2007
72 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 Competitividade Brasil As metas são ambiciosas, e será necessário um crescimento ex- pressivo ao longo dos próximos cinqüenta anos para confirmar os países nos lugares que se lhes reservam: 5,75% de crescimento para a Índia; 4,9% para a China; 3,7% para o Brasil; e 3,46% para a Rússia (Gráfico 2). A notícia positiva é que, nos últimos três anos, as previsões para o grupo vêm, em média, cumprindo-se. Infelizmente, apenas um país do BRIC apresenta reiteradamente desempenho abaixo do espe- rado: o Brasil. QUAL O NÍVEL DE COMPETITIVIDADE DO BRASIL FRENTE ÀS DEMAIS NAÇÕES BRIC S Duas vertentes dos estudos sobre a competitividade tiveram impacto decisivo para o presente trabalho: o conceito pan-óptico de Augusto Lopez–Claros, segundo o qual a “competitividade pode ser definida como o conjunto de fatores, políti- cas e instituições que determinam o nível de prosperidade que um país pode alcançar”; e a análise relacional de Michael Porter, que revela a interdependência entre as esferas da economia, cristalizada no desenho pragmático do cha- mado “Diamante de Porter”. Em Porter, interessa sobremaneira o estudo da interconexão entre a atividade empresarial e os dife- rentes contextos nacionais. Para o autor, as empresas precisam criar modelos competitivos de gestão e estratégia adequados ao lugar no qual estejam inseridas, de forma a aproveitar as vantagens com- petitivas que ele possa oferecer. Nos países com baixo índice de desenvolvimento é indispensável o aproveitamento do custo reduzi- do dos insumos; nas economias de desenvolvimento médio, faz-se essencial a elaboração de modelos eficientes de produção e proces- 9,0% 8,0% 7,0% 6,0% 5,0% 4,0% 3,0% 2,0% 1,0% 0,0% 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050 CHINA ÍNDIA RÚSSIA BRASIL GRÁFICO 2 - POTENCIAL DE CRESCIMENTO ENTRE OS BRICS. Fonte: Goldman Sachs: Dreaming With BRICs: The Path to 2050. Global Economics Paper nº:99, 2003, p.5 A análise relacional de Michael Porter revela a interdependência entre as esferas da economia, cristalizadas no desenho pragmático do chamado “Dia- mante de Porter”. Através destas “lentes”, e com base em dados a respeito do desempenho dos países emergentes, é possível dissecar o significa- tivo déficit competitivo que o Brasil apre- senta com relação aos demais BRICs. Foto: Peter Huys Foto: Ophelia Foto: Google Images
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