Revista da ESPM - SET-OUT_2007

75 SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M Alexandre Lacerda da Landim BIBLIOGRAFIA De qualquer modo, mesmo com pilares básicos mal construídos, o país conseguiu dar forma a pilares do nível superior (pilares propulsores da eficiência), os quais apresentam, inclusive, melhor desempenho: 4,2 para educação supe r i o r e t r e i na - mento; 4,1 para eficiência de mercado e 3,5 para prontidão tecnológica (GCR 2006-2007). Por fim, e paradoxalmente, o país alcança seus melhores resultados justamente no nível mais alto de desenvolvimento, nos pilares de inovação, que têm como notas 4,6 para sofisticação dos negócios e 3,6 para inovação (GCR 2006- 2007). Em parte, demonstra-se aqui o papel da iniciativa privada, que consegue atuar de forma con- tundente no país ao passo que os governos vacilam em resolver os problemas de base. DESAFIOS PARA O BRASIL A análise realizada durante todo este estudo, baseada no conceito de “competitividade das nações”, traz por substrato a definição de pros- peridade como integração multifato- rial em grande escala, envolvendo economia, política, sociedade, meio ambiente, instituições públicas, performance da classe empresária, capacidade de inovação dos meios científicos e cultura. Tal abordagem revelou, especifi- camente com relação à estrutura econômica brasileira, sérias assime- trias que limitam as possibilidades de crescimento do país e dificultam a ascensão de suas empresas no cenário mundial. Percebe-se que os funda- mentos socioeconômicos e políticos apresentam lacunas importantes, que deixam a descoberto setores como a qualificação profissional, a gestão ALEXANDRE LACERDA LANDIM Master in International Manage- ment – FGV (com foco em mercados emergentes), MBA Management FGV, Advogado (Universidade de Fortaleza), Arquiteto e Urbanista (Universidade Federal do Ceará). COLABORADOR: Alexandre Jacó GOLDMAN SACHS . Dreaming with BRICs: the path to 2050. Global Economics Paper, n o 99, 2003. LOPEZ-CLAROS , Augusto; PORTER , Michael E.; SLA-I-MARTIN , Xavier; SCHWAB, Klaus. The Global Competitiveness Report 2006- 2007: Creating an Improved Business Envi- ronment. Genebra: World Economic Forum and Palgrave Macmillan. INTERNATIONAL INSTITUTE FOR MANAGE- MENT DEVELOPMENT – IMD. World Competi- tiveness Yearbook 2007. Lausane: IMD, 2007. ES PM pública e a regulação das atividades produtivas. Por outro lado, foi possível ao país alcançar altos níveis de desen- volvimento em várias áreas, a partir da atuação de agentes privados que conseguemfazer frente a umambiente de negócios temerário. Neste ponto formaliza-se uma dicoto- mia entre o papel tíbio ou ineficaz dos entes públicos, que não conseguem qualificar a gestão institucional, e uma notável capacidade empresarial para desenvolver processos sofisticados e inovadores e gerar resultados posi- tivos. Faz-se urgente o reparo desse desequilíbrio, com vistas à partici- pação eqüitativa de todos os setores da sociedade no desenvolvimento do potencial competitivo brasileiro. Percebe-se que os fundamentos socioeconômicos e políticos apresentam lacunas importantes. Foto: Luis Brito Alexandre Lacer

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