Revista da ESPM - SET-OUT_2007

81 SETEMBRO / OUTUBRO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M 1990a2003,olesteasiáticoestá-seunindo em torno delemesmo, fazendo comércio emtornodelemesmo,fazendoacordosde livrecomérciocomtodosessespaíses;não será difícil que, empoucos anos, 80%do comércioasiáticoseuna,efiquequaseimu- neàsflutuaçõesdosEUAeEuropa.AUnião Européia – que hoje está com 27 países – em torno de 85%; o NAFTA continua crescendo.Seomundofosselogarítmico, oMercosul seria omaior sucesso, pois cresceu 50%; significa que, cada vez, sobra menos comércio fora do bloco, ou seja, devemos identificar espaços menores com competição mais ativa, pois o que sobra em cada um deles são competidores ferozes. A minha conclusão é de que, se nãomudarmos a legislação, a nossa capacidade de crescer será muito limitada. A situação externa, hoje: ganhamos de presente do mundo alguma coisa parecida com 60 bilhões de dólares; o mundo cresceu; isso elevou os preços da matéria-prima; de repente, elimina- mos a maior restrição ao crescimento que temos, que é a restrição externa. QuandocontinuouogovernoFernando Henrique, estávamoscom16bilhõesde dólares, umdéficit de conta corrente de 186 bilhões de dólares, e uma dívida de exportação de 2,7, uma dura realidade externa. O governo brasileiro não fez nada, mas pensa que fez, os preços dos produtos aumentaram, a exportação tambéme–derepente–aquelavulnera- bilidade externa tomou grandes formas. Hoje, a reserva brasileira é maior do que a dívida do governo. O desafio é mostrar que fomos estritamente policia- dos e fizemos pouco paramanter o que poderíamos ter mantido. Aqui está a participação no comércio mundial, de 1980 a 1984. O Brasil tinha 1,2% no comércio mundial, a Coréia 1,2% e a China também; em 2003-2006 temos 1,1%. Nossa partici- pação diminuiu apesar do crescimento, a Coréia multiplicou por 2,5 e a China por 6. Estávamos juntos e perdemos ve- locidade.Atrasou-nos a incompreensão dequeasexportações sãoo instrumento para pagar as importações e garantem o crescimento robusto, porque criam novos nichos de produção interna e es- timulamodesenvolvimentotecnológico. Podemos continuar estudando toda a economia do mundo; é claro que falta educação, saúde – talvez faltasse mais do que falta hoje, mas a evolução que procurei descrever é a causa de tudo o que acontece hoje. Somos incapazesdeentenderoqueestá acontecendo. ACORDOS BILATERAIS 1995-97 1998-2000 2001-03 2004-06 Ð EXPORTAÇÕES DE BENS 1,000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Participação no comércio mundial (%) Brasil Coréia China 1980-84 1,2 1,2 1,2 1985-02 1,0 2,4 2,5 2003-06 1,1 2,8 7,1 Brasil Coréia China Fontes: Secex, FMI, OMC, Bloomberg, Goldman-Sachs Elaboração: Idéias Consultoria US$ bilhões POR PERÍODO 1980-84 1985-89 1990-94 1995-02 2003 2005 2006 ACUMULADO 19 25 45 86 19 44 89 175 Elaboração: Idéias Consultoria

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