Revista de Jornalismo ESPM - 28

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 61 ASuperindústriado Imaginário, Eugênio Bucci. 446 páginas. EditoraAutêntica RobertoMarinho, Eugênio Bucci. 330 páginas. Editora Companhia das Letras, 2021 Nos últimosmeses, o jornalista Eugênio Bucci lançou dois livros interessantes, que exploram as duas facetas de sua atividade: o jornalista e o acadêmico. ASuperindústriado Imaginário (longo ensaio sobre economia política damídia, como subtítulo didático: “Como o capital transformou o olhar em trabalho e se apropriou de tudo que é visível”) e a biografia de Roberto Marinho. O primeiro título trata da “superindústria” das big techs, como Amazon, Apple, Google, Facebook e Microsoft. O livro começa com um dado surpreendente: “Em janeiro de 2020, Apple, Amazon, Alphabet (dona do Google), Microsoft e Facebook alcançaram, juntas, o valor de US$ 5 trilhões. Menos de seis meses depois, em junho do mesmo ano, a Apple sozinha valia US$ 1,5 trilhão”. Mas o que há em comum com essas jovens companhias? O que elas produzem?” são as perguntas que vão conduzir o ensaio. “A ideia do ‘Grande Irmão’, de George Orwell, foi invertida. Odomínio da vida não se realiza pela açãode umvigilante permanente espiando a vida das pessoas; ao contrário, ele sequestra, prende os olhos de todas as pessoas emsuas telas que são a interface de todas as transações”. RobertoMarinho (1904-2003) foi um embrião do “grande irmão” contemporâneo, estabelecendo a tela que por várias décadas dominou os olhos dos brasileiros. Duas décadas após a sua morte, as empresas que deixou lutam para sobreviver à revolução das big techs mas enquanto viveu ele fez e derrubou presidentes, pautou a vida do país, do primeiro BomDiaBrasil até o sono do Corujão. Marinho foi o filhomais velho de um jornalista que começou a vida pobre e ficou rico, primeiro como dono de ANoite e, depois, de OGlobo. IrineuMarinhomorreu cedo e o filho não assumiu imediatamente o jornal. Mas, quando o fez, multiplicou a fortuna e se tornou uma espécie de “Citizen Kane” brasileiro, cujo “Rosebud” Bucci tenta desvendar. ■ Viva Roda Viva! OPROGRAMA RODAVIVA COMPLETOU 35 ANOS emsetembro. A TV Cultura criou um projeto multimídia para comemorar a data: publicou um livro com fotos de cerca de 200 entrevistas e subiu em um site todas as cerca de duas mil entrevistas realizadas pelo programa ao longo dessas três décadas e meia. O livro denominado apenas Roda Viva: 35 anos contém uma lista de todos os entrevistados, comas datas de seus programas, eumQR Code que dá acesso ao site com todos os programas (que pode ser acessado tambémpeloendereçowww.tvcultura.com.br/rodaviva). ■ Os dois lados de Bucci

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