janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
129
Cláudio
Andrade
s
A cachaça feita em Paraty
(RJ) tem selo de Indicação
de Procedência. Bem como
a Alba Botânica cosméticos,
que possui certificação da
FSC e Rain Forest Alliance.
uso de energias renováveis, que
serãoobtidas através deumadiver-
sidadedebiomassa eque levaráa
humanidadeparaumnovopatamar
− as das biocivilizações.
A sustentabilidade, inicialmente, sur-
ge como um conceito ancorado em
um tripé: o econômico, o social e o
ambiental.Sendoqueoequilíbriodesses
trêselementoséumpressupostoneces-
sárioparaalcançarumdesenvolvimento
sustentável. Com a evolução de novas
tecnologias e das inovações aplicadas
aosdiversossetoresprodutivoseasmu-
dançasnospadrõesdeconsumo, faz-se
necessárioconsiderar também,como
elementosconstitutivosdacondição
de sustentabilidade, aspectos rela-
tivos aos modelos de produção e
como educar os consumidorespara
um consumo consciente.
Aosequestionarsobreoqueestáacon-
tecendodenovocom relaçãoaos pro-
dutosagrícolasealimentosquechegam
ao varejo e sobre o que os atores que
participamdessesetorestãofazendoem
prol de um desenvolvimento sustentá-
vel,percebe-sequeocorremmudanças
interessantesqueestãorelacionadascom
mudanças conceituais sobre o que é
qualidadeagroalimentar.
Porserosupermercadooprincipal local
de comprados consumidores urbanos,
no séculoXXI, o varejo, noBrasil eno
mundo, temumcompromissodiretoou
indiretocomasustentabilidade.Compro-
missodiretopor ser o responsável pela
qualidadedosprodutosqueofereceaos
consumidoreseindiretoporteraoportu-
nidadedeexercerasustentabilidadeatra-
vésdeparceriasemprojetosambientaise
sociais.Asgrandesredesdesupermerca-
dos têmbuscado trabalharemconjunto
como setorprodutivoque, hoje, busca
adiferenciação, oferecendoprodutos
comcertificaçõesoudenominaçãode
origem,sejamcertificaçõesorgânicas,
sociaisou ambientais.
Oconceito
ampliadodaqualidade
agroalimentar
Aemergênciadeprodutosdiferenciados
pelosselosdecertificaçãooudenomina-
çõesdeorigem foiuma respostaàsde-
mandas de produtoscomqualificação,
numsentidoconceitualmais amplo.
Nicholas&Valcheschini (1995),pesqui-
sadores do INRA, Institut National de
la RechercheAgronomique da França,
fazemuma reflexãosobreasmudanças
que ocorreram em nível conceitual
da qualidade agroalimentar, para
poder compreender como são as
relações de mercado no presente
momentoque vivemos.
Umponto relevantea perceber éque
a qualidade agroalimentar nãomais se
restringeaoprodutofísico,suacor,tama-
nho, textura,masaaspectos intangíveis,
construídos atravésdaparticipaçãodos
atores, sejam econômicos ou sociais,
quedeterminamestaqualificação.Estes
aspectos qualificadores, por sua vez,
podem variar no espaço e no tempo,
pois esta qualidade é construída histo-
ricamenteatravés deconvençõesonde
consensualmente são elaborados os
parâmetrosparaaqualidadedoproduto.
As certificações e as denominações
deorigemsão,portanto, instrumentos
de qualificação que existem nomer-
cado agroalimentar, que podem ser
utilizados pelo setor produtivo, com
objetivos de diferenciar seu produto,
agregando-lhe valor pela garantia de
qualidadeouorigem.
Recentemente a FAO (2009) publicou
umrelatóriosobrequalidadeeindicação
geográficacomoinstrumentosdepolítica
de segurançaalimentar,namedidaque
implementaodesenvolvimento local e
regionaleédirecionadoparapequenos
produtores familiares.
Estes instrumentos são relevantes, pois
produzir alimentos temumaespecifici-
dade,umaparticularidade,pelo impacto
quepodeviracausarparaaquelequese
alimenta.Oalimentotemefeitosprolon-
gadosnotempo,namedidaemquepode
provocarefeitossobreasaúdehumana.
Oalimentoapresenta simbologias,cul-
turaehistória, comoocasodos vinhos
e queijos franceses.
Adenominaçãodeorigemequalidade
surge, primeiramente, naFrançacoma
instituição daAOC, em 1935, para os
vinhos franceses e a criação do INAO
î
ImagensDivulgação
