janeiro/fevereirode2014|
RevistadaESPM
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Semreceber umdiagnósticoprecisodoocorridoeapós
inúmeros exames, Deborah resolveu levar Felipe para
casa e consultar o ortopedista da família. “Odiagnóstico
foi preciso: uma torção na vértebra. Como era criança,
meufilho poderia voltar a andar ematé seismeses. Caso
contrário, teria de aprender a conviver como problema.”
Paradesesperodafamília,Felipepermaneceunacadeira
de rodas por 180 dias e voltou a andar apenas no sexto
mês. Durante esseperíodo, DeboraheFranciscoouviram
muitos comentários do tipo: “Seu filho é tão lindo. Pena
que está numa cadeira de rodas!”. Já para Felipe a experi-
ência serviu para ele dedicar ainda mais tempo à causa
daAACD. “Descobri que adeficiência estádentrode cada
umdenós. Elaexiste, principalmente, dentrodaspessoas
preconceituosas”, asseguraovoluntário, explicandoqueé
por issoqueaAACDfocaseu trabalhoemaçõesque trans-
cendemos limites naturais da reabilitação.
Reabilitação, capacitação, sustentabilidade e integra-
ção social de pessoas comdeficiência física. Esses são os
quatro pilares que há 63 anosmantêma entidade, que foi
criada pelomédicoRenato daCosta Bomfim. Apartir de
1998, a iniciativaganhouumgrandealiado: o
Teleton
, uma
maratona televisiva criada na década de 1960 pelo ator
americano Jerry Lewis para conscientizar a sociedade a
respeito das possibilidades de umdeficiente físico e esti-
mular a população a realizar doações.
Já na primeira edição, a campanha desenvolvida em
parceria como SBT rendeu R$ 14,8milhões e possibili-
tou o início do processo de expansão das atividades da
associação. No ano passado, o evento — que apresenta
24 horas de programação ininterruptas na TV — arreca-
dou R$ 26,9 milhões, valor que está sendo destinado à
manutenção das 16 unidades da AACD, alémda amplia-
ção do Hospital AACD de Abreu Sodré.
E, se depender do empenho de Felipinho, a entidade
ainda terámuitos anos de vida pela frente! “Meu sonho é
ser presidente da AACD”, revela o voluntário. Enquanto
ganhaexperiênciaparaassumir tal função, eleseguecoor-
denandoaáreademarketingdaÓticaVenturaegravando
um projeto-piloto de uma atração que pretende lançar
ainda em2014. “AtuonoTerceiro Setor há 15 anos. Quero
usar minha experiência para apresentar um programa
de TV voltado para a inclusão social. Oobjetivo é contar
histórias de pessoas dispostas a fazer o beme estimular
o surgimento de novos ‘Felipinhos’ em todo o Brasil!”
Na época da faculdade, ele aproveitouo Trote Solidádio
para, junto comseus amigos da ESPMSocial, realizar um
pré-exame oftalmológico emcrianças carentes