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especial | religiões

Revista da ESPM

| janeiro/fevereirode 2014

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Paratodaação,umareação!

Budismo

Início do movimento:

por volta do

século 6 a.C.

Fundador:

Siddharta Gautama,

o peregrino que ficou conhecido

como Buda ao andar pelo norte

da Índia apontando a cura para o

sofrimento: meditação, sabedoria,

compaixão e moralidade

Budismo em números:

o Brasil

possui 244 mil budistas, segundo o

Censo de 2010 do IBGE

Mensagem:

Ӄ preciso meditar

para se regenerar. E refletir

constantemente para não ser mais

um escravo da lei de causa e efeito”

Budistas

B

aseado na ideia de que amorte não é a extinção,

e sim uma continuidade da mente, que existe

antes mesmo da composição do corpo, o

budismo encara os problemas da sociedade moderna

como uma consequência do principal mandamento

dessa filosofia milenar: a lei de causa e efeito. “Quando

a pessoa tem consciência de que tudo o que faz ou fala

gera um impacto na sociedade, é capaz de reconhecer

o que causa a aflição mental, física e nas relações

interpessoais, refletir sobre o assunto e mudar seu

comportamento para ser feliz,

viver emharmonia e contribuir

para a felicidade do próximo”,

observa Aristides dos Santos

Dias, relações públ icas do

Templo Zu Lai, maior templo

budista da América Latina.

“ Todo corpo é um agregado

de matéria, um ajuntamento

de terra, fogo, ar e água. O que

você come vem da terra, o que

você bebe vem dos rios, o que

você respira vemdos ventos e o

fogo interno é um empréstimo

do calor do sol. Essa é a lei da

interdependência, que mostra

como afetamos uns aos outros.

Não adianta poluir o ar ou o

rio, porque você vai precisar

respirar desse ar e beber dessa

água.”

Segundo o jorna lista que

trocouaprofissãopelobudismo,

a sociedade vem evoluindo

material e tecnologicamente,

mas está se envolvendo em um modo de vida que vai

gerar uma série de transtornos e dificultar a realização

espiritual coletiva. “Por mais elogiáveis e nobres que

sejam os ensinamentos budistas, não temos como

impor esse ponto de vista para a sociedade, porque a

liberdade humana e o livre arbítrio são pontos sagrados.

Não temos o direito de invadir a mente e a vida das

pessoas alegando boas intenções”, relata o discípulo

do Templo Zu Lai, que no Brasil não consegue formar

novos monges por conta das regras rígidas impostas

pela linhagem chinesa do budismo.

Para explicar como essa filosofia de vida reage

aos problemas do mundo, ele cita um famoso ditado

que diz ser possível aprender algo por meio de dois

caminhos: “Ouvocêmedita e aprendeou sofre e entende”.

“Infelizmente, amaioria das pessoas escolhe o caminho

do sofrimento, enquanto o

corretoéagir comoumaabelha,

que suavemente pousa na flor e

extrai onéctar, semdanificá-la.

Mas é necessário ter namente,

no corpo, na fala e na ação

uma postura adequada para

alcançar o despertar damente

iluminada.”

E l e a l ega que , s e t odo

empresário, político e cidadão

praticasse esse conceito, as

empr e s a s s e r i am menos

poluentes e predatórias; as

relações políticas honestas;

e os traba lhadores, menos

explorados. “Ohomemerudito

ganha coisas todos os dias,

enquanto o homem sábio

perde algo diariamente. Esse

é o caminho: o que perco é o

que vai me possibilitar ter um

ganho real no futuro.”

Di as lembra a i nda que,

sem esse entend imento a

caminhada ficamais longa e difícil, mas não impossível.

“Oque impede a pessoa demudar é ela própria. Símbolo

do budismo, a flor-de-lótus nasce no pântano e, apesar

de florescer no meio da imundice, ela desabrocha bela

e perfumada. Por ser impermeável, você pode enchê-la

de lama, que ela jamais ficará manchada!”