Ograndesonhobrasileiro
Q
uando nossa Revista tratou pela primeira vez de empreendedorismo, em
2004, o tema começava a ganhar repercussão noBrasil. Muitos jovens em-
preendedoresseaventuravam,masaporcentagemdefracassoseraelevada,
e amaioria das novas empresas não conseguia sobreviver. Hoje, menos de dez anos
depois, opaísamadureceu, eosnovosempreendedoresestãomaisbempreparados.
A ideia de ter um negócio próprio continua a excitar a imaginação de milhões de
pessoas e há pesquisas sérias quemostramquemais dametade dos brasileiros gos-
taria de ser o seu próprio patrão. Pesquisas feitas pelo Sebrae, relatadas emuma das
entrevistas desta edição, revelam que existem, hoje, cerca de 27 milhões de micro
e pequenas empresas no Brasil, com predomínio do varejo, lanchonetes e serviços
pessoais. Mas, a rigor, não se pode dizer que há tantos empreendedores no Brasil,
pois o verdadeiro empreendedor é aquele que busca realizar um sonho, inovando,
gerando riquezas e contribuindo para o bem-estar da sociedade.
Nas páginas que se seguem, o leitor perceberá que há controvérsias sobre a ida-
de e o perfil ideal do futuro empreendedor, mas não há dúvida de que a ideia do
negócio próprio atrai mais os jovens que compensam com a sua energia a falta
de experiência de vida. Neste sentido, as “incubadoras” que funcionam hoje em
várias faculdades e universidades, como é o caso da ESPM, desempenham um
papel importante na orientação, no estímulo e até mesmo no financiamento de
projetos com características inovadoras. Para os que sonham com o seu próprio
negócio, é bom saber que esse começo difícil foi também enfrentado por muitos
empreendedoresde sucessoquehoje se transformaramemgrandes empresários e
participam, também, dessanossaedição, ajudandocomseusexemploseconselhos
aqueles que pretendem repetir a mesma jornada.
Asexperiências edepoimentos reunidosaqui demonstramtambéma importância
do preparo cultural e profissional para aumentar as chances de êxito dos novos
empreendedores. As pesquisas do Sebrae mostram que os jovens empreendedo-
res de hoje têmmais instrução formal do que os de dez anos atrás, e isto se reflete
na porcentagem cada vez maior de novas empresas que sobrevivem ao período
crítico dos primeiros anos de vida. De modo geral, os novos empreendedores de-
sempenhampapel fundamental para o equilíbrio social epara odesenvolvimento
econômico do país, de tal forma que 52% dos novos empregos criados nos últimos
anos o forampor micro e pequenas empresas.
Por tudo isso, esperamos que estenovo estudoda
Revista da ESPM
sirva de estímu-
lo a muitos professores e pesquisadores a se disporem a aprofundar-se no tema e
contribuir paraocrescimentodoespíritoempreendedor e inovador emnossopaís.
Francisco Gracioso
Presidente do Conselho Editorial
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