março/abrilde2013|
RevistadaESPM
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Oinvestidornãosai
poraírasgandodinheiro
Por Arnaldo Comin
Fotos: Divulgação
É
difícil explicar em poucas palavras as razões que levam o Brasil a ser
um dos expoentes do empreendedorismo, neste novo cenário da eco-
nomia mundial. Algumas tendências recentes servem para apontar
caminhos: taxas de juros umpouco mais civilizadas, avanços na políti-
ca de crédito público, mais capital privado disponível e o crescimento do consumo
interno, que abriu oportunidades para a criação de novos negócios.
Ainda assim, em um contexto de pleno emprego, por que o brasileiro quer tanto
empreender? Segundo o Global Entrepreneurship Monitor, enquanto apenas 2,3%
dos italianos adultos fazemplanos para abrir o próprio negócio, esse número dispa-
ra para 17% no Brasil. Émais que o dobro da expectativa americana (7,6%), e supera
até mesmo a China (14%). No ano passado, foramquase 1,7milhão de novas empre-
sas criadas no país, comumpelotão de ummilhão de empreendedores individuais.
O sonho do negócio próprio nunca bateu tão forte.
O empresário e investidor Cassio Spina conhece bem esse sentimento. Moldado
na indústria da tecnologia, ele empreende desde os 19 anos, numa época em que
empresário era visto como “o sujeito que não tinha encontrado um bom emprego”.
Para Spina, essa percepção mudou muito, criando até um glamour exagerado
—
e
perigoso
—
sobre a figura do empreendedor. Mas ele ainda acredita que sonhar é
importante. Tanto que hojemilita à frente da Anjos do Brasil, uma organização que
visa fortalecer uma das pontas mais estratégicas do novo empreendedorismo, os
pequenos investidores. A seguir, Spina conta como é ser anjo emterra de jovens em-
presários e avisa: “Empreender é muito arriscado, difícil e sacrificado. Não adianta
sonhar sem ter os pés no chão”.