maio/junhode2014|
RevistadaESPM
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Minas, Maringá e Ribeirão Preto têm em comum? Todas
surgiramapartirdoagronegócio.Sãojovens—algumastêm
poucomaisde100anos, outrasnem30anos—e jáfiguram
entre asmelhores cidades para viver no Brasil, segundo o
Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Os
seismunicípios tambémregistramnotas acima do Índice
deDesenvolvimentoHumanoMunicipal(IDHM)doBrasil,
quehojeéde0,727, efiguramentreas500 localidades com
osmaiores IDHMsdopaís.
O adubo da agrossociedade
Divulgadono iníciode junho, oIFDMde2014comprovouo
quemuitosbrasileirosj
ánotaram:atãosonhadaqualidadede vida migrou dos grandes centros para o interior. Essa
novaediçãodoestudo,queacompanhaaevoluçãodos5.565
municípiosbrasileirosdesde2005,apontaumconsiderável
avanço nos níveis de educação, saúde e renda emcidades
comoLucasdoRioVerde,RioVerdeePatosdeMinas. “Pela
primeiraveznahistória,todasascidadesdaregiãoCentro-
-Oesteficaramdeforadorankingdemunicípioscombaixo
níveldedesenvolvimento”,destacaJonathasGoulart,espe-
cialistaemdesenvolvimentoeconômicodoSistemaFirjan
(Federaçãodas IndústriasdoEstadodoRiode Janeiro). Ter-
ceira regiãomais desenvolvida do Brasil, o Centro-Oeste
possui hoje77,9%desuascidadescomIFDMsuperior a0,6
ponto, o que representa umpercentual próximo ao obser-
vadona regiãoSudeste. Acidademato-grossensedeLucas
doRioVerde, por exemplo, ocupaa14ªposiçãono ranking
nacional da Firjan, com um IFDM de 0,8839. Para efeito
de comparação, SãoPaulo, amaiormetrópole daAmérica
Latina, aparecena40ªcolocação, comumIFDMde0,8642.
“Ao avaliarmos as razões que levaramalgunsmunicípios
aconquistar posiçõesmais elevadasno rankingdo IFDM,
principalmentenoquesitoempregoe renda, notamosum
ponto em comum: emmuitos casos, os gestores públicos
dessaslocalidadesconseguiramfazercomqueobomresul-
tadogeradopeloagronegóciofossetransferidoparaasáreas
de educação e saúde”, asseguraGoulart.
Nessecenário, ocooperativismoassumeopapel depro-
tagonistanodesenvolvimentodascidades,queencontram
nessemodelodenegóciouma forma demelhorar a renda
de seus cidadãos e, consequentemente, aelevaçãodaqua-
lidade de vida de toda a sociedade. Afinal, o que seria da
cidadegoianadeRioVerdesemaComigo?Criadaem1977,
hoje a cooperativafigura entre asmaiores agroindústrias
do país, comum faturamento anual de R$ 2,5 bilhões.
Tambémé impossível imaginarChapecósemaAurora,
outra gigante do setor, que encerrou 2013 com um fatu-
ramento de R$ 5,7 bilhões, cifra que, neste ano, tende a
subir para R$ 6,6 bilhões.
JáMaringá conta coma Cooperativa de Cafeicultores
deMaringá (Cocamar), que no ano passado comemorou
seus 50 anos de vida, com um faturamento de R$ 2,65
bilhões. Patos deMinas é outra cidade alicerçada no coo-
perativismo. Na cidade mineira está a Central Mineira
de Laticínios (Cemil), a Cooperativa de Leite de Patos
de Minas (Coopatos), a Cooperativa de Suinocultores
(Suinco) e mais uma — batizada de Frigorífico de Patos
de Minas (Frigopatos) — deverá entrar em operação até
2015. Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organiza-
ção das Cooperativas Brasileiras (OCB), explica que o
sistema funciona por estar baseado em uma ideologia
focada na confiança entre as pessoas, paramontar uma
sociedade compropósitos econômicos e benefícios para
todos os sócios. “Acooperativa temummodelo organiza-
cional próprio, onde a solidariedade impera e cada sócio
participa comumvoto, independentemente do volume
de participação que temno negócio.”
Nascido hámais de 200 anos, na Inglaterra, o coopera-
tivismo encontrou no agronegócio brasileiro o ambiente
e s p e c i a l a g r o s s o c i e d a d e
divulgação