complexos são comumente explicados como ciclos de
exuberância e declínio. Isso talvez esclareça a motiva-
ção para o forte dogma de resistência contra o agrone-
gócio. Seria um fenômeno nomínimo interessante, pois
as contas brasileiras dependem totalmente desse setor.
Nos Estados Unidos, a história também revela o pas-
sadode escravagismo e omassacredepovos indígenas. Já
a Europa conquistou e explorou, à força, as suas colônias.
Amácula desses registros cabe a toda sociedade. Hoje, o
agronegócio, nesses países desenvolvidos, é protegido e
estimulado por seus governos, independentemente do
partido que estiver no poder.
Assistimos à recorrente falta de bom senso em ações
como: a caça, pelo governo, ao boi no pasto; a discussão,
impregnada de ideologia e sem embasamento técnico,
do novo Código Florestal; e oMovimento dos Sem-Terra,
em processo de evaporação, sendo recebido com festa
pelo governo. EmDavos, nossas lideranças comentavam
sobrea faltadecompetitividadedoetanol brasileiroàbase
de cana-de-açúcar em comparação ao etanol de milho
dos Estados Unidos, sem recorrer aos especialistas no
assunto. Ao contrário, criou-se umcompleto nonsense,
com aulas de desconhecimento sobre o tema, em que o
Brasil é liderança! Por quê?
Os países que competem com o Brasil nas commodi-
ties agrícolas festejamas nossas dificuldades, hoje cha-
madas de custoBrasil. Muitas empresas nacionais emul-
tinacionais, geradoras de produção e empregos, sofrem
comisso, tendode enfrentar sérios problemas para expli-
car esse nó aos seus acionistas. Isso não só desarticula
as cadeias de produção, como cria barreiras para novos
investimentos de capital externo, fundamentais para o
crescimento da oferta de alimentos e de energias reno-
váveis, baseada na biomassa brasileira.
AFAOe aOCDE apontamoBrasil como responsável
por 40% da oferta adicional de alimentos até 2050, com
destaque para o fornecimento da carne de frango
Os países que competemconosco em
commodities agrícolas festejamas
dificuldades domercadonacional,
hoje conhecidas como custoBrasil
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Infraestrutura
Revista da ESPM
|maio/junhode 2014
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