

setembro/outubrode2014|
RevistadaESPM
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Não se trata apenas de umamudança táticano esporte,
mas de uma rupturana forma de viver. Logo, nemtodo
mundonotará que a partida de tênis jánão émais amesma,
pelomenos até que acabe a bateria da raquete oudo celular
Uma partida de tênis, emRolandGarros ouna quadra do seu
bairro, pode gerar uma grande quantidade de dados tratada
por umapp, que permite reconstituir jogadas, analisar a
velocidade e a força e atémedir a evolução do atleta
Ofatoéquea internetdascoisas, comsensoresdosmais
diversos tipos efinalidades se conectandoa todosos tipos
de equipamento, a
Terceira Plataforma
de TI, que nos leva
a pensar cada vez mais em
cloud
, ambiente
mobile
,
social
business
e
big data
, já são coisas presentes na vida de orga-
nizações e indivíduos. Épreciso, no entanto, estar atento
ao que realmente importa: de que forma cada organiza-
çãodeve pensar sobre tecnologia. Achave do sucessonão
está na novidade, mas na definição do que efetivamente
fazer enacorretaaplicaçãoda tecnologiaparacada tipode
negócio. Émaisummomentoemquesedevepensar antes
nas perguntas e depois nas respostas. Oque traz resulta-
dos nesse momento? O que realmente agrega valor para
o cliente, ou aumenta a chance de vitória do time? O que
efetivamente impactará no lucro, agora ou no futuro? É
importante ter novos caminhos àdisposição,mas é ainda
mais importante saber quais caminhos seguir.
Ao analisar empresas que se mantinham vencedoras
por sucessivos anos, JimCollins constatouquemuitasdas
que se beneficiaramda tecnologia avançada emdiversos
momentos da história não adotaram a novidade apenas
por ser tecnologia avançada. Oque fizeram foi usar a tec-
nologia disponível para acelerar o seu momento, como
ferramentade apoiooude viabilização, paraumcaminho
já traçado emuito bempensado. Paradoxalmente, foram
empresas que evitaram modismos tecnológicos e, no
entanto, se tornarampioneiras na aplicação de algumas
tecnologias selecionadas rigorosamente. Eis a questão
essencial: nomomento emque as alternativas são diver-
sas, é preciso selecionar rigorosamente o que não fazer e
o que fazer, antes dos concorrentes.
É importantenotar que, sejaemumaorganização tradi-
cional ouemumtimede futebol, a tecnologiadeveservista
comoumacelerador,enãocomoumgeradordevelocidade.
E que, ainda segundo JimCollins, as empresas que vence-
ramforamasqueconseguiramdefiniraquelastecnologias,
e somente aquelas, que se relacionavam com o que elas
realmente deveriamfazer para gerar valor para onegócio.
Assim, cada organização, e isso se estende às entida-
des esportivas e aos indivíduos, precisa ter em mente
que jamais deve usar a tecnologia como meio principal
para alimentar uma transformação. No entanto, umpara-
doxo aparente aponta que: as organizações que tiveram
sucesso consistente até aqui foramprecisamente as pio-
neiras na aplicação de algumas tecnologias, criteriosa-
mente selecionadas.
Se no futebol, emque o imponderável frequentemente
predomina, pudemos constatar as vantagens do uso da
tecnologia adequada, no fimnão há organização que não
se beneficie dela, a lembrar porémque, mais importante
do que a própria tecnologia, é a definição do que se deve
fazer comela. AAlemanha soube.
Alessandro Gonçalves
Superintendente de inovação e TI do Sport Club Corinthians Paulista
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