Internet das coisas
Revista da ESPM
| setembro/outubrode 2014
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A
pósavitóriadaAlemanhanaCopadoMundo
2014noBrasil,muitoseouviusobreoimpacto
datecnologiaemfavordoesporte,comdiver-
sosrelatosnawebdodiretor-técnicodaseleção
alemã, Oliver Bierhoff, sobre osmilhões de dados que são
geradosporapenasalgunsjogadoresempoucosminutosde
jogo.De fato, autilizaçãodesistemasparaanálisedegran-
desvolumesdedadosfoiumdiferencialdacampeãmundial
de2014, edemonstrabem, pormeiodealgoquecontacom
visibilidademundial,ofutebol,atendênciadeutilizaçãode
umconjuntodesoluçõestecnológicascapazdegerarelidar
comdados digitais emgrande volume, ena velocidade até
hoje impraticável para amaioriadas organizações.
Não se pode dizer que a Alemanha venceu a Copa do
Mundo pela utilização de sistemas, venceu certamente
por uma série de outros fatores, incluindo, obviamente,
uma boa carga de treinamento de futebol, investimento
em educação, em bons treinadores e, principalmente,
em uma renovação na forma de trabalhar, o que inclui
a possibilidade de analisar com a agilidade necessária
um imenso volume de dados, bem trabalhados e pla-
nejados, de acordo com os objetivos do time. A partir
daí, foi possível personalizar treinamentos e orientar a
equipe de acordo com as características de cada adver-
sário a ser vencido. A tecnologia, se não foi decisiva, foi
certamente uma aliada para acelerar resultados que já
estavamdentro de umplanejamento anterior à adoção
da tecnologia — neste caso, ótimos resultados.
Oqueprecisasernotadoéqueaetapadeanálisededados,
sejanoesporteou foradele, épossível apenascomacoleta
adequada desses dados. Se isso nem sempre foi possível
pelaslimitaçõestecnológicas,atualmentevemsetornando
partedarotinadepreparaçãodeváriosatletas,justamente
peloaperfeiçoamentodaprópriatecnologia,comoapareci-
mentodesensoresespecíficos,menoreseacessíveis. Sen-
sores acoplados nos mais diversos equipamentos ou em
partes do corpo do atleta ficamconectados o tempo todo,
por meio de sinais de wi-fi ou bluetooth, a computadores,
celulares ou ainda diretamente à internet, alimentando
grandesbancosdedadosnanuvem,naweb,emrelógiosou
emdispositivosquepodemserguardadosnobolso.Talprá-
ticapermitegerarresultadosemtemporealquepodemser
acessados imediatamente, emqualquer partedomundo.
No caso do software utilizado pela seleção alemã,
não são sensores, mas oito câmeras colocadas
estrategicamente ao redor do campo que geram as
informações necessárias para a análise. Uma enxur-
rada de informações e uma boa dose de criatividade
permitiram a criação de um sistema fácil de ser utili-
zado por qualquer pessoa, gerando resultados amigá-
veis para que possam ser visualizados por qualquer
atleta, sem complicações ou dificuldades de acesso,
de qualquer lugar e a qualquer momento. Esses são
conceitos da chamada
Terceira Plataforma
de TI pos-
tos em prática, por meio do uso de
big data
para a aná-
lise de uma imensa quantidade de informações gera-
das em tempo real,
cloud
, com informações que ficam
na nuvem, ou seja, na internet, acessíveis sempre e de
qualquer lugar, permitindo que os resultados sejam
visualizados em dispositivos móveis. A boa notícia é
que toda essa tecnologia é acessível e está presente na
vida de boa parte das pessoas, o que facilita o acesso à
informação mesmo de dentro do campo, do vestiário
ou de um hotel em uma cidade distante, além da pos-
sível interação com os demais atletas e integrantes da