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março/abrilde2014|

RevistadaESPM

13

Arnaldo –

O país está conseguindo

formar lideranças à altura da demanda

que existe hoje, dentro das empresas?

Pedro –

Este é um dos maiores

desafios, a formação de talentos.

Todo ano, a Abralog traça um perfil

do profissional de logística, e o que

temos observado ao longo do tempo

é o aumento da senioridade dentro

das organizações. Atualmente, o

profissional de logística é um dos

mais procurados do mercado. A boa

notícia é que nós temos uma grande

demanda, mas faltam profissio-

nais. Para quem quer se especia-

lizar e fazer um plano de carreira,

é uma excelente oportunidade. E

vale ressaltar que a logística é uma

área muito promissora não só para

trabalhar, como também para em-

preender. O jovem acadêmico que

está pensando em alguma especia-

lização encontrará inúmeras possi-

bilidades de emprego e de negócios

nesse mercado.

Arnaldo –

Mas a carência de cursos

de capacitação continua grande, não

é verdade?

Pedro –

Faltam opções, mas é preci-

so lembrar que antes não tínhamos

nada. Hoje já existem programas de

pós-graduação, o que é um avanço.

O problema é a qualidade desses

cursos. Existem bons cursos, mas

precisamos melhorar a formação

dos nossos profissionais. Há muito

mercado para formação e especiali-

zações dentro da área também.

Arnaldo –

Além das lideranças,

como está a qualidade da formação

básica dos trabalhadores na logís-

tica, um mercado de mão de obra

bastante intensiva?

Pedro –

Da mesma forma, sain-

do das lideranças e observando a

partir de diferentes camadas pro-

fissionais, há uma carência de qua-

lificação em quem faz o negócio

acontecer no dia a dia. É o caso dos

especialistas de logística e opera-

dores de equipamentos. Precisa-

mos melhorar a formação desses

profissionais por meio de cursos de

capacitação. Mas ainda há pouca

oferta. A especialização em logís-

tica é algo recente. Eu mesmo fiz

engenharia industrial e estudei

conceitos logísticos voltados para

dentro da empresa, como fluxo de

materiais. Não havia essa visão mais

ampla de mercado e de estratégia de

marketing. Isso eu tive de buscar em

cursos de especialização, no Brasil

e lá fora. Temos ampla possibilidade

para criar polos de excelência em

logística que possam abordar o as-

sunto de maneira mais abrangente,

desde novas tecnologias até práticas

de gestão.

Arnaldo –

O que a Abralog tem feito

para disseminar as melhores práticas

no mercado?

Pedro –

A Abralog tem como visão

ser referência nacional em logística,

disseminando continuamente o

conhecimento, as melhores práti-

cas, para contribuir ativamente na

integração das diversas cadeias de

valor. Nós atuamos em quatro ver-

tentes. A primeira são os associados,

tanto pessoa física quanto jurídica,

a fim de criar uma base sólida e re-

presentativa da logística brasileira.

Em seguida, trabalhamos na comu-

nidade, com atenção aos temas de

sustentabilidade e meio ambiente.

A terceira frente é a integração com

outras entidades e, por fim, na rela-

ção como governo, participando das

discussões nacionais que envolvem

marcos regulatórios e investimen-

tos em logística.

Arnaldo –

Falando em governo, como

está a relação com Brasília? O governo

tem se mostrado mais sensível à ques-

tão da logística?

Pedro –

Essa preocupação tem

aumentado nos últimos anos. O

problema é que o brasileiro de um

modo geral é muito bom em fazer

diagnósticos. Na logística a gente

vê estudos e mais estudos que tra-

zem uma boa fotografia situacional

e mostram os caminhos a serem

percorridos. Só que pecamos na

execução. Os processos são muito

lentos, há burocracia demais. Existe

orçamento disponível no governo,

mas ele não consegue ser executado

por questões administrativas. O que

o Brasil necessita hoje é de um pacto

de celeridade, que envolva governo,

Oque o Brasil necessita hoje é de umpacto de

celeridade que envolva governo, iniciativa privada

e especialistas. Só assimdirecionaremos as soluções

de logística de que o país precisa