entrevista | Jorge Miguel Samek
Revista da ESPM
| janeiro/fevereirode 2014
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Francisco Gracioso
— Qual é o papel
de grandes empresas, como a Itaipu, na
propagação de valores éticos, morais e
sociais de uma nação?
Samek
— No mundo atual, toda e
qualquer empresa pública ou privada
precisa estar atenta aos valores e exi-
gências da sociedade, em constante
evolução. É uma questão de sobrevi-
vência. Quando uma empresa deixa
de refletir os valores e as preferên-
cias da sociedade, perde a sua função
primordial e entra em franco declí-
nio. A fuga da clientela é só uma con-
sequência dessa perda de identidade.
Para uma empresa pública de grande
porte, como a Itaipu, as responsa-
bilidades são ainda maiores. Nosso
papel é gerar energia elétrica de qua-
lidade, com responsabilidade social
e ambiental, contribuindo, assim,
para o desenvolvimento sustentável
do Brasil e do Paraguai. Como empre-
endimento binacional, Itaipu traz no
seu DNA o compromisso com a inte-
gração. Hoje, as sociedades brasileira
e paraguaia compartilham alguns
valores básicos, como o apreço à de-
mocracia e à ética da transparência,
da inclusão social e do respeito às
diferenças. A Itaipu tem atuado em
consonância com esses valores.
Gracioso
— Maior geradora de energia
limpa e renovável do planeta, a Itaipu
figura entre as companhias brasileiras
que mais investem em programas de
sustentabilidade. De que maneira os
inúmeros investimentos feitos em pro-
gramas socioambientais contribuem
para a construção de um mundo me-
lhor e para a formação de uma consci-
ência de responsabilidade coletiva para
o futuro?
Samek
— Nos últimos dois anos, Itai-
pu ratificou e ampliou a sua liderança
mundial de geração de energia, baten-
do o seu próprio recorde de produção.
Em 2012, havíamos superado o nosso
recorde de 2008, com uma produção
total de energia de 98.287.128 de
megawatts-hora (MWh). No ano pas-
sado, estabelecemos um novo recor-
de, com uma produção acumulada de
98.630.035 MWh, o que nos aproxima
ainda mais de atingirmos a marca
impressionante de 100 milhões de
MWh. Do ponto de vista da eficiência
em geração de energia limpa e reno-
vável, Itaipu é um caso de sucesso
sem paralelo no mundo, motivo de
orgulho para brasileiros e paraguaios.
Temos bons motivos para comemorar
neste ano os 40 anos de criação de
Itaipu e 30 anos do início de operação
da usina. A visão definida no nosso
planejamento estratégico estabelece
que, até 2020, a Itaipu Binacional se
consolidará como a geradora de ener-
gia limpa e renovável com melhor
desempenho operativo e as melhores
práticas de sustentabilidade do mun-
do, impulsionando o desenvolvimen-
to sustentável e a integração regional.
Gracioso
— Na prática, o que está sen-
do feito para a obtenção dessa meta?
Samek
— Introduzimos indicadores
claros de sustentabilidade em todas
as etapas do processo de gestão.
Pelo décimo primeiro ano consecu-
tivo, estamos produzindo o nosso
Relatório de Sustentabilidade, rela-
tivo ao exercício de 2013, seguindo
as diretrizes da Global Reporting
Initiative (GRI). Esse relatório é
produzido com a participação direta
de empregados de todas as áreas e
envolve representantes das comu-
nidades e municípios localizados na
área de influência de Itaipu. Avalia-
mos, portanto, com critério e rigor
técnico, nossas ações e práticas
corporativas, com especial atenção
para os projetos de responsabili-
dade socioambiental. Ao longo da
última década, também elaboramos
o Sistema de Gestão da Sustentabili-
dade (SGS) e a Política de Sustenta-
bilidade. Nosso compromisso com
a construção de um mundo melhor
e com a formação de uma nova
consciência coletiva, sensível aos
desafios de preservar o planeta, está
refletido nas práticas corporativas
e individuais. Esse engajamento
legitima os investimentos que rea-
lizamos em programas, projetos e
ações de responsabilidade socioam-
biental.
Gracioso
— No ano passado, a Itaipu
conquistou o prêmio Pintou Limpeza,
do grupo Estado, na categoria empresa
cidadã, por conta de suas ações susten-
táveis. Na sua visão, o que é uma empre-
sa cidadã? Que valores éticos, morais e
sociais a companhia visa transmitir por
meio dessas iniciativas?
Com a disseminação da tecnologia do biogás
e o desenvolvimento de utilitários elétricos,
as propriedades rurais poderão conquistar
autossuficiência energética