Revista da ESPM
|maio/junhode 2014
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panorama
O
campobrasileirovemdandosucessivos sal-
tos qualitativos e quantitativos, batendo,
ano após ano, novos recordes de produção
e produtividade, graças, sobretudo, a uma
sustentável tecnologia tropical. No quadro da página 50,
é possível notar que, nos últimos 24 anos, a área plantada
com grãos no país cresceu 41%, enquanto o volume pro-
duzido aumentou 223%. Esse número, por si só, já é algo
espetacular, mas por trás dele há um fenômeno ainda
mais notável: se tivéssemos hoje amesma produtividade
por hectare de 21 anos atrás, seriamnecessáriosmais 69
milhõesdehectares, alémdos 53milhõeshoje cultivados
comgrãos, paracolhermosasafrade2012. Emoutraspala-
vras, estes 69milhões forampreservados. Graças àmaior
produtividade por área plantada, não foramdesmatados
cerrados ou florestas, nesse total.
Evidentemente, não foi só a tecnologia que produziu
esse avanço impressionante. Outras políticas públicas
também ajudarammuito, especialmente o Moderfrota,
programa oficial de pouco mais de dez anos que finan-
ciou a troca da frotamecanizada completamente sucate-
ada das fazendas brasileiras. Esse fator contribuiu para o
aumentodaprodutividade, atémesmopor causada redu-
ção do desperdício, muitomaior comas velhas colheita-
deiras, hoje substituídas peloquehádemaismodernono
mundo desenvolvido.
O aumento dos recursos e a diminuição dos juros
do crédito rural ao longo dos 20 anos recentes tiveram
papel importante nessa mudança de produção do agro
brasileiro. E não foi só na produção de grãos. O cresci-
mento das carnes também foi ponderável, como aponta
AGranBio está construindo emAlagoas uma biorrefinaria
para produzir etanol de segunda geração (2G), a partir do
bagaço e da palha da cana-de-açúcar. Ela terá capacidade
de produzir 82milhões de litros de álcool por ano
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