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Revista da ESPM

|maio/junhode 2014

52

panorama

Maior produtora de celulose de fibra curta de eucalipto do

mundo, a Fibria conta com846.282hectares de floresta, que

em2013 renderamuma receita líquida deR$ 6,92 bilhões

e a produção de 4,7milhões de toneladas de celulose

logístico recente, embora nos dez anos anteriores isso já

fosse anunciado. Afinal, o grande aumento de produção,

sobretudona fronteiraagrícola, não foi acompanhadopor

investimentos emlogísticae infraestrutura, demodoque

ocustode transportedas zonasmaisdistantesatéos cen-

tros de consumoouportos temtiradoparcela expressiva

da renda dos produtores rurais. E tambémde sua compe-

titividade comos concorrentes de outros países.

Mas o governo brasileiro começou a se mexer nesse

tema. Em2012 o plano de safra teve umgrande aporte de

recursos para armazenagem: R$ 25 bilhões para a cons-

trução de armazéns e silos nas fazendas, cooperativos

ou privados, nas zonas de produção. Isso deverá aliviar a

pressãosobreo transporteeosportos. Adicionalmente, o

governo está fazendo parcerias comos investidores pri-

vados para a construção de ferrovias, rodovias, portos e

aeroportos. É claro que os resultados dessas parcerias

demorarão ainda alguns anos para frutificarem — entre

quatro e sete anos —, mas já há uma luz no fimdo túnel.

Outro gargalo é a falta de maior agressividade na

política comercial. Não temos acordos bilaterais, nem

políticas voltadas para a agregação de valor de nossas

matérias-primas. Esse é umtema recorrente que as lide-

ranças rurais levamaogovernocommuitaênfase: afinal,

40%do comércio internacional de alimentos já se dãono

âmbito de acordos bilaterais oumultilaterais, àmargem

das regras daOrganizaçãoMundial doComércio (OMC),

com tarifas reduzidas ou cotas maiores. Ora, sem polí-

ticas semelhantes, acabaremos perdendo osmercados

que conquistamos nos últimos anos. Em 2003, o agro-

negócio exportou US$ 30 bilhões e, dez anos depois,

em 2013, US$ 99,9 bilhões. Essa marcha não poderia

ser interrompida por falta de política comercial, uma

vez que a Rodada de Doha, praticamente, não avança.

Outraquestãomuitodiscutidacomogovernobrasileiro,

e sem resultados, é a política de renda para o campo, tão

poderosa nos países desenvolvidos. Neste ano, o seguro

rural sócobriu6%daáreacultivadanopaís, oqueépouco.

Ocréditorural,emboracomrecursosfartos,aindaémuito

burocratizado.OBancodoBrasilestábuscandomodernizar