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maio/junhode2014|

RevistadaESPM

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isso, e esperam-se bons resultadosmuito embreve.

Muitas legislações precisamser alteradas ou flexibili-

zadas, como a trabalhista, a ambiental, a fiscal e a tribu-

tária, as leis de acesso à terra etc. E tudo isso depende de

ações negociadas com o Parlamento, onde uma expres-

siva bancada ruralista procura avançar nesses temas.

Mais recursos para P&D são essenciais. Estamos

procurando montar parcerias com os órgãos públicos

de pesquisa, hoje permitidas pela Lei de Inovação Tec-

nológica. Nesse capítulo se inserem temas centrais,

como a forte dependência de fertilizantes importados

(hoje, mais da metade do que usamos vem do exterior),

o registro de novas moléculas de defensivos agrícolas

que demora demais por questões burocráticas, a defesa

sanitária animal, entre outros temas.

A organização dos produtores está avançando, espe-

cialmente por meio das cooperativas, que já respondem

por 40% do valor da produção agropecuária nacional.

Enfim, temos oportunidades formidáveis e desafios

igualmente monumentais, especialmente no que diz

respeito a políticas públicas inexistentes ou, pior, per-

turbadoras do desenvolvimento rural brasileiro.

Mas háumanovidade interessante: neste ano teremos

eleiçõesparaaPresidênciadaRepública, eodebateeleito-

ral avança. Pelaprimeira vez, emmuitas décadas, os can-

didatos já lançados — hoje são três os principais — estão

procurando as lideranças do agronegócio para discutir

a tal estratégia fundamental para o setor. Isso é inédito.

Nos últimos 40 anos, foramos líderes rurais queprocura-

ramos candidatos para propor ações emfavor do campo,

enão forammuito felizes. Parecequeagoraascoisasestão

mudando, talvez pelo fatode a sociedade toda estar com-

preendendomelhor o papel do agrono desenvolvimento

doBrasil. Afinal, oagronegócio já representamaisde22%

do PIBnacional, gera quase umterço de todos os empre-

gos e tem peso espetacular no saldo comercial. Há uma

forte esperança de que, desta vez, as oportunidades ven-

cerão os desafios e estes serão superados.

O setor está trabalhando num plano de governo que

será discutido por todas as entidades de representação e

depois submetido aos candidatos. Veremos o resultado.

Roberto Rodrigues

Ex-ministro da Agricultura

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