Janeiro_2009 - page 118

Ponto de VISTA
R e v i s t a d a E S P M –
janeiro
/
fevereiro
de
2009
118
uem acreditaqueo ser hu-
mano é um produto do
meio – família, escola, em-
presa e sociedade – com
nenhumacapacidadecrítica
sobre si mesmo e seu con-
texto em geral também
acredita que a empresa é
um produto do mercado
que, de maneira acrítica, deve
entregar para seus clientes, exata-
mente, o que eles dizem querer.
Estavisãodeserhumanoedeempresa
é extremamente conservadora do
status quo
porque não acredita nem
estimula o pensamento crítico como
ferramentapara inovaçãoeevolução
daspessoas, daorganização, domer-
cado eda sociedade. Em geral, essas
empresas são gerenciadas comomá-
quinas onde o ser humano é apenas
umapeça inerteda engrenagemma-
nualizada.Podemsermuitoeficientes
mas,dificilmente,conseguem teruma
gestãohumanista.
A outra visão parte do pressuposto
de que, tanto o ser humano como
a empresa, têm uma Essência que,
interagindocomaqueles contextos,
gerauma identidadeprópriaeúnica,
portanto capaz de criticar a si mes-
mo e seus contextos, provocando
sua evolução. Essas empresas são
gerenciadas como sistemas vivos,
comaltacapacidadedeaprendiza-
gem, aperfeiçoamento e inovação.
Por se considerarem sistemas vivos
e não máquinas, a possibilidade
de terem uma gestão humanista é
muitomaior. A expectativa quanto
aos seus empregados e parceiros
é que eles se comportem como
células vivas e sensíveis – e não
comopeças inertesdeengrenagem
– capazes de contribuir com críti-
cas e sugestões para aumentar sua
eficiência e competitividade.
Essasduascorrentesdepensamento
–empresa-máquinaeempresa-viva
– sempre existiram. A novidade é
que a tecnologia que automatiza,
conecta e acelera os processos e
nossos relacionamentos criam um
cenário de mercado mutante por
excelência onde a lei de Darwin
impera e define a agilidade de
adaptação aonovo ambiente como
condiçãoparaa sobrevivênciabem-
sucedida da organização. Nesse
cenário é vital entender a empresa
como sistema vivo.
Nãoépor outra razãoqueaFunda-
çãoNacional daQualidade – FNQ
apresenta uma nova definição de
empresa no seu Modelo de Exce-
lência de Gestão: “Empresa é um
sistemavivo integrantedeumecos-
sistema complexo com o qual inte-
rage e do qual depende”. De fato,
uma máquina não aprende e não
evolui, ao contrário de um sistema
vivo que se define principalmente
por sua capacidade de aprender, se
adaptar e evoluir.
Aconclusãoé simples: quantomais
a tecnologia se instala em nossos
processos e relações, mais o ser
humano se torna importanteparaas
organizações e a sociedade em ge-
ral.Antigamente– temposdepouca
tecnologia–, valorizarohumanona
gestãodasempresaseraumavirtude
dogestorouumcinismocorporativo
que surgia embalado em festas de
fim de ano ou em discursos institu-
cionais.Hoje, considerarohumano
nagestãopassoua ser competência
essencial para garantir o fator mais
fundamental da competitividade e,
consequentemente, da perenidade
empresarial: a agilidade de adapta-
ção (ou time tomarket).
RicardoGuimarães-
Fundador epresidentedaThymusBranding
Gestão
}
A gestão humanista está relacionada
diretamente à compreensão do que é uma
empresa e doque é um ser humano.
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Desejadaounecessária?
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umanista:
RicardoGuimarães
Divulgação
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