Fernando
Martins
janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
23
}
Nós,de fato,acreditamosqueanossa
grande forçaésermosoquenóspregamosser.
~
foi um elemento essencial para
dar sequência aos princípios do
Real. Só que o Fábio fez isso de
uma maneira moderna, ou seja,
descentralizando, convidando,
sugerindo às pessoas que fizessem
parte dessa jornada. A partir desse
respeito, desseconvite, desseenga-
jamento, a força semultiplicou por
milharesdepessoas.OFábio soube
conduzir commuitodiscernimento
os dilemas que surgiram, porque
sempreexistiumuita incredulidade.
Costumamos dizer que o jogo é na
bola,nãoénacanela, temdemarcar
gol, não estamos aqui para sermos
teóricos ou poetas, mas sim um
agente econômico com a natureza
eascaracterísticasdeumbanco.As
pessoas confiam suapoupança, seu
excedente aos bancos e os bancos
têma responsabilidadededistribuir
isso,de irrigaroutrossetoresque têm
necessidadedecapital –captaressa
poupança excedente e oferecer a
setores saudáveis da economia. Ao
mesmo tempo permitir que exista
toda uma transacionalidade eficaz
entre as transferências de recursos
e a necessidade das pessoas em
manusear suas poupanças, seus
empréstimos e sua gestão de caixa.
Desdeo início,houveuma reafirma-
ção de que temos um papel como
banco, mas esse nosso papel vai
alémde uma instituiçãofinanceira.
Existem algumas frases que são
emblemáticas na gestão do Fábio
Barbosa. Uma delas é: “O jogo é
na bola, não é na canela”.Outra é:
“O problema não está nas áreas, o
problema está entre as áreas”. Ou
ainda:“Suas atitudes falam tão alto
quemalconsigoouvirasuavoz”.Eu
nãoprecisoouvir a sua voz porque
você é “walk the talk” (termo que
em inglês significa ter um discurso
igual àprática,ou seja, “aqui se fala,
aqui se faz”). Essas frases não são
necessariamente dele, mas fazem
parte de ummodelo de gestão em
queeleacredita.Tudoque temos fei-
tononossodia a dia temde ter um
projeto, caso contrário fica muito
maçante e chato.
GRACIOSO – No material que
você nos enviou tem um
state-
ment
(declaração) do próprio
Fábio, no qual ele levanta a ban-
deirada interdependência,dando
a entender, de certa forma, que
seriaumaevoluçãoconceitual da
ideiada sustentabilidade.
FERNANDO –O conceitoda inter-
dependência talvez não seja uma
sucessãodoconceitode sustentabi-
lidade, mas uma complementação.
Acho que a interdependência está
muitomais inseridanessa transição
que a sociedade vive hoje. A so-
ciedade industrial trouxe um certo
enrijecimento, uma mecanicidade
ao comportamento humano e uma
das bandeiras foi a independência,
principalmente,pelasexpressões in-
dividuais. Nós vimos umpouco es-
sesmovimentos de liberação – reli-
giosa, existencial, oshippies...Com
a transição da sociedade industrial
para a sociedade do conhecimen-
to, estamos nos libertando dessas
amarras ecaminhandoaoencontro
do conhecimento, que é mais rico
quando trocadoentreaspessoas.O
conhecimento a partir da interação
entre as pessoas emerge com uma
criatividade muito grande. Existem
algunsestudos,nosEstadosUnidos,
queapontamparaoconhecimentoa
partir do conhecimento do conjun-
to, do todo. Então, o conhecimento
coletivo é maior do que o maior
conhecimento individual presente
no grupo, isso é comprovado.Vejo
que a sociedade do conhecimento
está se liberando desse mecanicis-
mo. O senhor vai se lembrar, e eu
endeusava,quandoeragaroto,amá-
quina IBM de datilografar. Depois,
ela ganhou a esfera com corretivo.
Aquelamáquinaerao
must
!Umdia,
sai um homem de uma garagem, o
BillGates, e se tornaomais ricodo
mundo, com a Microsoft. E agora
está aí a Google, que a gente mal
consegueexplicar eentender como
se tornou a marca mais valiosa do
Planeta. Estas são demonstrações
muito claras de que existe simuma
grande transformação em curso. O
que a Google permite, o que ela
nos fornece? Conveniência, co-
î
FIGURA1
FOCONOFOCO
DOCLIENTE
PESSOAL
CAPACITADO E
ENGAJADO
VALORES
COMPARTILHADOS
MELHORES PROCESSOS
EDISCIPLINASNA
EXECUÇÃO
FUNCIONÁRIO
SOCIEDADE
MEIO
AMBIENTE
FORNECEDOR
ACIONISTA