Julho_2006 - page 40

Frederico
Araujo Turolla
eAlexander
NogueiraXavier
43
julho
/
agosto
d e
2 0 0 6 – Revista da ESPM
A necessária desvalorização do
dólar já vem acontecendo, por
força do próprio mercado finan-
ceiro, nos últimos anos. Recen-
temente, o euro ganhou força
frente aodólar. Simultaneamente,
outrasmoedas, conversíveis e in-
conversíveis, ficarammais fortes
frente ao dólar. O real brasileiro
foi uma dessas moedas, tendo
ficado mais forte em relação ao
dólar.
Comoalternativaàdesvalorização
de sua moeda, os Estados Unidos
vêm pressionando a China para
que valorize a sua. A China vem
mantendoo iuane fortementedes-
valorizado, oquecriacompetitivi-
dade internacional dos produtos
do país, inclusive no mercado
norte-americano. Recentemente,
a China já flexibilizou seu regime
cambial e permitiu uma pequena
valorização de sua moeda, ainda
que insuficiente para uma mu-
dança nos fluxos de comércio e
poupança.Nãoédifícil prever que
aChinaepaíses europeus resistam
à idéia de ter moedas mais fortes,
porqueestas implicarãoemexpor-
tações menores e, possivelmente,
FredericoAraujo
Turolla
Professor doDepartamento de
Economia e pesquisador doNúcleo de
Estudos emNegócios Internacionais
(NENI) da ESPM. Doutor emEconomia
de Empresas pela FGV-SP.
Alexander
NogueiraXavier
Economista-Chefe daSOBEET–Socie-
dadeBrasileira de Estudos de Empre-
sasTransnacionais e daGlobalização
Econômica.Mestre emEconomia pela
FGV-SP.
desaceleraçãode suas economias.
A relação diplomática entre EUA
e China é hoje marcada por essa
fonte de tensão, que se soma a
várias outras.
É necessário, portanto, desvalori-
zar odólar.Mas esseprocessonão
é tranqüilonem suave.Adesacele-
ração da economia norte-ameri-
cana poderá ter impactos globais
significativos – e poderá levar o
mundo a uma recessão.
É por isso que a grande discussão
nomercado financeiro internacional
diz respeito ao
hard landing
(ater-
rissagem forçada) ou
soft landing
(aterrissagem suave). Até o mo-
mento, a águia vem aterrissando
de forma suave, e pode-se atribuir
uma probabilidade razoável de
queonecessárioeesperadoajuste
ocorra, nos próximos anos, sem
grandes traumas na economia
mundial.Mas não sepode ignorar
os riscos envolvidos nessa aterris-
sagem, que permanecerão entre
nós por alguns anos.
a participaçãodemercado
dasmoedasdomundoatual
89%
departicipação
37%
departicipação
20%
departicipação
17%
departicipação
-
ES
PM
-
1...,30,31,32,33,34,35,36,37,38,39 41,42,43,44,45,46,47,48,49,50,...136
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