Maio_2009 - page 76

Entrevista
R e v i s t a d a E S P M –
maio
/
junho
de
2009
70
}
Ésempremostradocomoum futurode
guerras,demaldades,um futuropessimista.
~
grande interesse – embora hoje
em dia as pessoas já não falem
francês, mas sim inglês. Quando
estive lá na primeira vez, entre
1983 e 1986, o regime não era
visto com muita simpatia, as
embaixadas ficavam um pouco
“congeladas”, não havia muitos
contatos com as autoridades.
Quando voltei, como Embaixado-
ra, era uma coisa extraordinária:
colegasmeus de outros países da
Europa não tinham o acesso que
tem o Embaixador do Brasil, seja
elequem for, aosmais altos níveis
e com toda a facilidade.
JRWP –Quando foi isso?
VeraPedrosa – Em2005, hou-
veoAnodoBrasil na França, com
15 milhões de expectadores, em
mais de doismil eventos oficiais.
Nãohouve nenhuma repercussão
no Brasil – o que acho curioso
– sem a menor repercussão na
imprensa brasileira; a repercus-
são do atual França no Brasil, na
imprensa, namídia, é bemmaior
do que foi a do Brasil na França.
JRWP – E o sucesso do ano do
Brasil naFrança foimuitomaior.
Vera Pedrosa – E, além disso,
foi omaior entre todos os outros
países: o sucesso do ano do Bra-
sil foi, reconhecidamente pelos
franceses, o maior. Quando eu
estava lá, você via, na rua, pes­
soas com camisas da Seleção,
com Havaianas brasileiras, e os
eventos eram todos muito visita-
dos e muito vistos.
JRWP–Porcoincidência,em2005
euestiveemParis, e lembroque
–muitoantesdoObamachegare
dizer
he´smyman
– todomundo
já falava sobre o Lula, na França.
Já na alfândega, comentavam
comigo “que cara fantástico”.Os
francesesdecidiramprimeiroque
oLulaerao cara...
Vera Pedrosa – O presidente
Chirac adorava o Lula; e ele se deu
muito bem com o Sarkozy, embora
sejam completamente diferentes;
mas isso tem a ver com a persona-
lidade dele, essa parte de que “o
Lula é o cara”, mas também tem a
ver com a sua história de vida, que
fascina as pessoas.
JRWP–VeiodepoisdoWalesae
foi precursor doObama...
Vera Pedrosa – São histórias
exemplares por serem histórias
de superação de grandes dificul-
dades, quase que iniciáticas tanto
a do Lula como a do Obama:
exemplos positivos de supera-
ção, de crescimento individual
em face das adversidades e dos
obstáculos, portanto otimistas.
JRWP–Vocêveja,hoje,emParis,
temosoembaixador JoséBustani
– que teve um comportamento
exemplar,quandoestavanaONU,
desafiando o Bush, naquele epi-
sódiodo Iraque;umSergioVieira
deMello,quebrilhou,tambémna
ONU; você, oRobertoAbdenur,
Marcos Azambuja, o Luiz Felipe
Lampreia – que participaram,
recentemente, de encontros na
Escola–e tantosmais, naáreadi-
plomática.VocêachaqueoBrasil
tem um papel mais importante a
desempenhar, nomundo, daqui
para a frente?
Vera Pedrosa – Acho que te-
mos sim, mas não é fácil. Nossa
política externa está no rumo
certo, mas enfrentamos proble-
mas difíceis, como esse processo
de integração daAmérica do Sul,
sem esquecer que a América
Latina em geral apresenta difi-
culdades; a América Central tem
}
Ouvi oLulamuitas vezes antes
dele ser presidente.
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