Revoluçãosilenciosa
N
inguém ignora que, no confronto comoutros países, nosso ensino fun-
damental aparece emposição vergonhosa. Ficamos sempre no terceiro
quartil dasmédias de desempenho escolar, perto dos rabeiras da lista.
o entanto, poucos se dão ao trabalho de inquirir por que um país de educação
tão atrasada conseguiu ficar entre as cinco maiores economias do mundo,
movimentando trilhões de dólares e aplicando tecnologias avançadas. Parece
um enigma, mas a resposta é simples: tentando recuperar o tempo perdido,
milhões de brasileiros estão fazendo todos os anos cursos de caráter técnico-
profissional, voltados para as necessidades específicas do mundo empresarial
moderno. O economista Claudio deMoura Castro conduziu em2010 umestudo
que concluiu que, naquele ano, 40 milhões de brasileiros tinham feito cursos
fora das estatísticas oficiais.
A educação continuada, emgeral, e a educação corporativa, emparticular, se in-
seremnesse contexto. Elas fazemparte dessa autêntica revolução silenciosa que
estámudando o país, corrigindomuitas das deficiências deixadas pelo ensino de
base. Nossos cursos de pós-graduação, especificamente, tiverammaior desenvol-
vimento nos últimos 15 anos,combase emcursos de especialização emestrados
executivos oferecidos pelas escolas de vanguarda. Hoje, a educação corporativa
ganhou uma amplitude jamais sonhada. As grandes escolas continuam ativas,
oferecendo cursos cada vez mais diferenciados, mas não se pode negar que o
eixo-motor desse processo passou para o lado das empresas. Hoje, as organiza-
ções de grande porte investem bilhões de reais em programas permanentes de
formação e aperfeiçoamento de executivos e especialistas de todos os níveis.
Muitas delas criaram as chamadas universidades corporativas, que passaram
a coordenar os cursos e as atividades paralelas, colocando-as entre os objetivos
estratégicos da empresa, como a integraçãodopessoal na cultura organizacional.
Outro aspecto que vale destacar é a integração entre a teoria e a prática, nos cur-
sos de formação e aperfeiçoamento. Os executivos e os funcionários alternam
os cursos com o trabalho normal.
Em síntese, a educação corporativa chegou no Brasil ao nível comparável ao
de qualquer outro país e impõe agora novos desafios às escolas que foram
pioneiras desse processo. Elas devem entender que a educação corporativa
transformou-se em recurso estratégico fundamental das empresas e somente
parcerias de longo prazo poderão resultar numa colaboração mutuamente
vantajosa entre as escolas e as empresas.
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