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Revista da ESPM – Março/Abril de 2002
Sumário Executivo
A autora analisa a campanha do Boticário da Talent Bis, em especial um anúncio seqüencial
na revista
Veja
do dia 6 de outubro de 1999, estabelecendo relações entre a narrativa do texto
escrito e a estrutura do conto maravilhoso. A criança lê o livro do Boti várias vezes, brinca com a
esponja do Boti no banho, faz uso dos produtos de banho e recebe informações do clube ecoló-
gico do Boti, num processo de ressemantização da produção de sentidos. Assim, ela pode cons-
truir novos significados para a sua relação com o "sujeito" natureza por meio de seu simulacro, a
ecologia. Entre o sensível do banho e o inteligível do livro e da participação social, a criança
exerce sua cidadania e cria-se um novo devir para o planeta, no passado imediato, que traz a
carga semântica da novidade Boti. Amarrar todas essas questões: presente e futuro, universo
infantil, ecologia, produtos lúdicos e atrativos, em uma única e contínua campanha é realmente
uma proposta de mestre que revela um profundo conhecimento do perfil da criança enquanto
consumidora.
GENTE QUE ENTENDE DE CRIANÇA: A CAMPANHA DO BOTI DO BOTICÁRIO
PÁG. 44
ANA LÚCIA BRANDÃO
O autor dá ao leitor uma visão histórica da ferramenta de gestão estratégica mais discutida e
debatida, hoje, pelas organizações. O texto aborda como nasceu o BSC e como evoluiu de um
instrumento de acompanhamento de negócios a partir de indicadores financeiros e não financeiros
até se transformar em um modelo de gestão que coloca a estratégia como agenda operacional da
organização.
BALANCED SCORECARD
– DA TEORIA À PRÁTICA
PÁG. 27
ALEXANDRE MATHIAS
O artigo tem como objetivo analisar anúncios que exploram a nudez feminina, focalizando os
efeitos de sentido construídos pelo tratamento plástico dado à figura da mulher. São comparados
dois anúncios, do chocolate Dove e do iogurte Molico, a partir da aplicação da metodologia da
semiótica discursiva.
Nos textos analisados, as figuras dos corpos femininos discursivizam prazeres diversos, aos
quais correspondem diferentes buscas. De acordo com a autora, Dove vende-se pelo seu ser,
enquanto Molico, pelo que faz-ser. A construção desses diferentes efeitos de sentido se dá pela
articulação das unidades dos planos de expressão e de conteúdo. Em Dove, a mulher-chocolate
seduz para um consumo orientado pela estesia, no qual o prazer de gozar é convocado pelo
tratamento visual conferido ao corpo que se oferece à prova, à degustação. EmMolico, a estetização
do corpo cria a mulher-obra, produto de um esforço empreendido em busca do prazer de agradar.
Para cada qual, um destinatário, que responderá à manipulação estésica ou estética dos corpos
e prazeres que povoam o universo da publicidade.
NU E CRU – O CORPO FEMININO EM ANÚNCIOS DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS PÁG. 39
ANGELA DETANICO