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Alumni ESPM | Marina Pechlivanis

Revista da ESPM

|março/abril de 2014

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um crescimento aproximado de 6.000%. “Depois de

incorporar o conceito de saudabilidade — com o lema

‘salada-filé-arroz-feijão, saúde, sabor e muita diversão’,

o prato infantil promoveu uma mudança de consumo

na alimentação fora do lar, passando a representar 75%

das vendas do Giraffas”, compara a sócia e diretora da

Umbigo do Mundo, que neste ano encerrou mais um

ciclo em sua trajetória ao deixar de atender a rede de

fast-food. “Estamos vivendo umano de grandesmudan-

ças na agência, que também encerrou a sociedade com

Sylvia Duailibi e adotou uma nova proposta de traba-

lho baseada na descoberta das dádivas das marcas”,

explica a empreendedora.

Esse foi umprocesso que teve início em2006, quando

Marina retornou à ESPMpara integrar a primeira turma

de mestrado da Escola. “O mestrado foi um marco na

minha vida. Quase enlouqueci de tanto estudar, mas

foi durante essa etapa que consegui tecer articulações

complexas a partir das ideias expostas por grandes pen-

sadores, como o sociólogo Michel Maffesoli, o antro-

pólogo Marcel Mauss, o filósofo e matemático Charles

Eisenstein e o professorMassimo Canevacci, queminis-

tra aulas de antropologia cultural e de arte e culturas

digitais na Università degli Studi di Roma La Sapienza.”

A partir daí, a mestranda juntou a teoria com o seu

know-how

demercado para defender a tese dos rituais de

consumo em praças de alimentação, em 2008. “Estudei

o case do Giraffas com tanto afinco que ganhei o prêmio

ABF de melhor trabalho acadêmico.” Terminado o mes-

trado, ela continuou colhendo os frutos gerados por sua

tese, que analisou tambémcomoasmarcas utilizambrin-

des como estratégia de comunicação com o público. No

mesmo ano, foi convidada para palestrar no Festival de

Cannes e escrever o livro

Gifting: como oferecer brindes,

encantar clientes e fazer bons negócios

(Editora Campus,

2009), em parceria com Auli de Vitto, João De Simoni e

ClaudioMello.

Em 2011, lançou a Umbigo Genius, um núcleo da

agência que pensa tanto na estrutura quanto na

estética das apresentações corporativas, sugerindo

ideias, técnicas e tecnologias, preocupando-se com o

storytelling

. Um dos parceiros dessa nova empreitada

foi Paulo André Bione, que estudou alguns semestres

junto com a Marina na ESPM e hoje é o coordenador

geral da Miami Ad Scholl. “AMarina (Pechlivanis) tem

o

storytelling

em seu DNA, é uma pensadora nata. O

Toni Rodrigues, outro parceiro da Umbigo Genius, é

um dos melhores diretores de arte do mercado — ele é

o lado visual do negócio. E eu sou um organizador de

palavras, trabalho para deixar o texto com o melhor

fluxo possível”, afirmou Bione, quando o projeto foi

lançado no mercado.

“Com todas essas experiências, acabei plantando a

semente do que no futuro viria a ser amatriz de dádivas,

que analisa o domdasmarcas e organiza as trocas reali-

zadas por elas. Tanto na vida social quanto na profissio-

nal, nossos relacionamentos são baseados em trocas,

que sempre carregam uma intenção”, avalia Marina.

Esse pensamento a fez chegar a ummodelo mitológico

do que significa presentear alguém. Depois de distribuir

mais de 30milhões de

gifts

para os clientes do Giraffas,

ela afirma ser essencial associar conteúdo e significado

aos rituais de troca que toda marca estabelece com o

Emdezembro de 2011, o programaMundo S.A. promoveu

uma edição especial sobre

gifting

.Marina foi uma das

entrevistadas emostrou a importância de uma empresa

oferecer o brinde certo para cada tipo de público

“Uma boa comunicação é capaz de

promovermudanças de hábitos. Nem

tudo pode ou deve sermonetizado no

conceito de

gift economy