março/abrilde2014|
RevistadaESPM
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Nãosabendoqueera
impossível,
elafoi láe fez!
Dezessete anos depois de cursar publicidade na ESPM, Marina Pechlivanis retornou
à Escola para integrar a primeira turma demestrado da instituição de ensino, em2006.
A tese resultou emuma verdadeira “dádiva” de
gift economy
que ela aplicou primeiro
na sua empresa, aUmbigo doMundo, e agora compartilha comomercado
Por Anna Gabriela Araujo | Fotos arquivo pessoal
“T
rabalharemcomunicaçãoéenxergar
omercado como um grande espaço
de troca, uma grande salade aula.” É
assimqueMarinaPechlivanisdefine
seupapelnomundodomarketing.“Aprendiapensarassim
logonoprimeiro anodaESPM. Hámuitodinheiropara se
investirembonsprojetos, oque faltaégentepensantepara
que as trocas não fiquemrestritas a uma simples relação
monetarista”, explica a fundadora da agênciaUmbigo do
Mundo. Em1989, elaaindacursavaoúltimoanodomagis-
tério, quando ingressouna ESPM. Aluna aplicada, ela fez
histórianos corredoresdaEscolaSuperior dePropaganda
eMarketing, emuma época na qual as aulas ainda eram
ministradas numgalpão no bairro paulistano do Bixiga.
Logonoprimeiro semestre, tirou anotamáxima emuma
prova de redação. Além do dez, o professor devolveu a
prova corrigida com o seguinte recado: “Parabéns. Você
temo admirável domde escrever!”.
Motivadapor grandesnomesdomercadodacomunica-
ção, como opoetaMárioChamie, que dava aula de comu-
nicação comparada na ESPM, Marina usou e abusou do
método de ensino estampado no slogan da escola, onde
“Ensinaquemfaz”. “NaESPM, a trocadeexperiências com
professores e colegas de classe sempre foimuito rica. Tive
a oportunidade de aprender, na prática, como omercado
funciona”, comentaaex-alunaque, naEscola, ganhoudois
apelidos: “impronunciável”por contadoseusobrenomede
origemgrega; e “poeta”, porque sempregostoudeescrever.
Incentivada por Mário Chamie, ela escreveumais de
600 poemas durante a fase de ESPM. “Ele me deu todo
direcionamento poético, que acabou culminando no
estilo ‘raptos’, de textos poéticos supercompactos. Em
1996, acabei escrevendo o livro
Miralua, raptos de uma
noite
, com prefácio do Chamie, que foi uma espécie de
mentor paraminha carreira literária”, relembraMarina,
que costumava participar de todos os concursos de poe-
sia realizados pela instituição de ensino. “Umdos mais
marcantes foi o concurso cultural promovido em 1991,
para comemorar os 40 anos daESPM. Venci comopoema
Solilóquio no parlatório — O maior equizema da lingua-
gem é a linguagem
. Lembro que ganhei um vale-livros
para trocar na biblioteca da Escola. Gosto tanto desse
poema que até hoje utilizo trechos dele emreuniões com
clientes e até em cursos e palestras.” Em outra ocasião,
Marina ganhou um concurso de contos, com
História
para gari dormir
, que anos depois foi transformado no
livro
Tuik, o amigo imaginário
(Editora Saraiva, 2006).
“O que produzi nas salas de aula da ESPM foi se desdo-
brando por toda a minha vida”, assegura a publicitária,
que no segundo ano da faculdade começou a trabalhar
na Koch Tavares, agência especializada emmarketing
esportivo. “Aos 19 anos, passei a organizar o Campeo-
nato Mundial de Voleibol de Praia e o Torneio de Tênis,
na Ilha de Comandatuba (BA). Por três anos abasteci o
Diretório Acadêmico com convites para esses eventos.
Os colegas da ESPMcostumavamdizer que fariamqual-
quer negócio para ter omeu emprego.” Compouca idade
e muita autonomia, Marina acabou aprendendo muita
coisa na prática. “O pensar criativo dos professores e
os cases práticos apresentados durante as aulas acaba-
ram fortalecendo omeu lado empreendedor.” Assim, na
Koch Tavares, ela criava desde o crachá e as camisetas
do evento até a revista da empresa. “Foi uma fasemuito
intensa, que me deu as bases para atuar no mercado de
comunicação integrada e ir muito além do universo da
propaganda. Já tive muitos funcionários e estagiários