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Revista da ESPM

|maio/junhode 2014

96

estratégia

—uma regiãooriginalmentede terrenospobres—emáreas

férteis, pormeio da tecnologia emsementes (biotecnolo-

gia), irrigação, adubação e manejo. Daí, em seguida, vie-

ram mais inovações, como o plantio direto, o controle

biológico de pragas e ervas daninhas, a rotação de cultu-

ras, duas/três safras anuais, a integração lavoura-pecu-

ária-floresta, o avanço da mecanização, a agricultura de

precisão, e assimpor diante.

Dessa maneira, o Brasil tem a vantagem de ter cons-

truído diversos “agronegócios” dentro de um mesmo

país. Nós temos o modelo norte-americano — da produ-

ção em larga escala tecnificada de commodities —, bem

como o formato europeu, que é pautado por fazendas

menores, especializadas em nichos de mercado e pro-

dutos de maior valor agregado.

OParaná, por exemplo, se encaixano segundomodelo.

Formado por diversas correntes imigratórias, espe-

cialmente de raízes europeia e nipônica, sua história é

marcadamais por umvolume expressivo de pequenos e

médios produtores.

Oestado teve seumomento áureo como café, e depois

evoluiupara aproduçãode grãos, cana-de-açúcar, suínos,

aves, numprocessoque foi ganhandocorpoàmedidaque

o setor rural local foi se adaptandoanovas oportunidades

de negócios. Hoje, oprodutor, especialmente o agricultor

paranaense, estácom100%deáreaocupada, trabalhando,

emsuamaioria, dentrodeumsistema cooperativista, em

uma dinâmica socioeconômica positiva para o estado.

JáaocupaçãoagrícolanoMatoGrosso foi pautadaespe-

cialmentepor umamigraçãodeprodutores doSul dopaís

para lá. Como a natureza do estado é de largas extensões

de terras — característica do Centro-Oeste —, bem como

sua infraestruturade serviços eramenornaépocadaspri-

meiras ocupações, a região consolidou-se como sendode

grandes fazendas viabilizadas pelasmãos desses pionei-

ros. Por lá, não havia uma massa de agricultores locais,

diferentemente da região Sul.

Além disso, a abertura de áreas e a necessidade de

fertilização do solo exigiam vultosos recursos, dispo-

níveis apenas por parte dos grandes proprietários, que,

para obterem retorno, precisavam investir em fazendas

tambémde grande porte.

Soma-se a isso o fato de que, com o incremento da

demanda mundial por commodities, o Centro-Oeste se

tornou umdos lugaresmais aptos emtodo omundo para

essemodelo de produção.

Emseguida, a região passou por transformações, com

a chegada também de agroindústrias transformadoras

(proteína, biocombustíveis), que criaramuma espiral de

desenvolvimento regional focado na formação de clus-

ters, de arranjos produtivos locais.

Agora, a região conhecida por Mapitoba (Maranhão,

Piauí,TocantinseOestedaBahia)trilharoteirosemelhante.

E o agronegócio pode e deve fazer mais

Todo esse amplo e rico mosaico produtivo é a grande

mola propulsora do setor. Com uma safra de grãos pre-

vista acima de 190milhões de toneladas, pegando como

Omaior símbolode inovaçãodo

agronegócio é a transformaçãodo

cerrado emárea fértil, pormeioda

tecnologia emsementes

Asoja foi omotor econômico das novas

fronteiras agrícolas, promovendouma

expressivamelhoria socioeconômica em

regiões combaixos níveis de renda