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maio/junhode2014|

RevistadaESPM

97

exemplo somente essa parte do segmento, o agronegó-

cio passou a responder por aproximadamente 60% das

exportações brasileiras — em torno de US$ 100 bilhões

nos últimos 12meses —, e comoumtodo representa entre

20% e 25% do PIB do país.

O setor é um dos que mais conseguiram avançar e

se integrar ao moderno mundo globalizado do século

21, garantindo o abastecimento interno e gerando

excedentes exportáveis.

Isso semcontar, claro, que, dada a enorme geração de

riqueza, emprego e renda no interior do país, não custa

reiterar que o agronegócio demanda serviços e produtos

demaneira pulverizada e cria umefeito sistêmico emul-

tiplicador emtodososdemais segmentosdenossaecono-

mia. Hoje, por razões diferentes do passado, a atividade

tornou-se o pilar do desenvolvimento nacional.

Ecomonãopoderiadeixar de ser, esse resultadoeconô-

micoque o setor temproporcionado aopaís —comefeitos

sociais positivos — o catapultou ao centro das atenções

do debate político que antecede as eleições de outubro.

Vivemos ummomento singular na história do Brasil,

bemdiferente do início do século 20. Hoje, o agronegócio

está espalhado pelo nosso território e é protagonista no

desenvolvimento da economia brasileira.

O setor abriga milhões de produtores e trabalhadores

ruraisemcadeiasprodutivas, que integramumamultidão

de fornecedores da indústria e de serviços — não se res-

tringindo apenas a uma elite — sendo o motor que movi-

menta centenas de economias regionais conectadas aos

mercados internacionais.

Produzindovolumeediversidade—impulsionadopelaapli-

caçãodiretadeciência,pesquisa,tecnologiae,claro,clima,

recursosnaturaisevocação—,osetorobtevereconhecimento

inédito, oque lhe traznovasoportunidadesedesafios.

Toda conquista vem acompanhada de benefícios e

obrigações, e é neste último quesito que reside o maior

desafio do agronegócio de agora em diante. Um chama-

mento. Se o setor é o mais bem-sucedido do país e a per-

cepçãoda sociedade emrelaçãoa issoavançou, estámais

doquena hora de o agronegócio acentuar a sua participa-

çãonas discussões dosmais relevantes temas da agenda

pública nacional.

É mais do que evidente que infraestrutura logística,

seguro rural, Código Florestal, defesa agropecuária,

entre tantos outros itens de interesse direto para a pro-

dução de alimentos, são assuntos-chave e prioritários.

As mazelas que acometem essas questões influenciam

a competitividade do setor.

Alémdesses temas, a pauta do agronegócio tambémé

tomada por indefinições de travas regulatórias acerca de

segurança jurídica, legislação trabalhista, negociações

internacionais,reformatributária,meioambienteetc.Isso

semcontar as abordagens sobre apolítica econômica, em

especial câmbio e juros. Mas será que é só isso? Será que

o setor não pode (e deve) se aprofundar emoutros temas

cruciais — verdadeiros pilares — para o nosso futuro?

Segurança pública, saúde, educação, combate à cor-

rupção, mobilidade urbana e equidade social. O agro-

negócio precisa se posicionar de modo mais agudo no

debate dessas questões. Os mesmos problemas — se

não piores — que atingemas cidades tambématingemo

campo. O agronegócio pode e deve contribuir como um

importante agente transformador.

Epor quê? Se a corrupção fossemenor, o gargalo logís-

tico seria atenuado. Seo saneamentobásiconão fosse tão

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