maio/junhode2014|
RevistadaESPM
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principalmente de pastagens para a agricultura.
Todavia,osmaioresdesafiosdoagronãoestãomaisden-
trodas fazendas.
Sob o ponto de vista estrutural, os gargalos estão rela-
cionadosaoambienteemqueorbitaaprodução,bemcomo
estãopresentesnasetapasanteriores (dos insumos) epos-
teriores (distribuição, varejoenovosmercados).
Os principais entraves do setor hoje são as já citadas
“travas regulatórias” e os traços ideológicos — ainda pre-
sentes no governo federal —de caráter antiagro, comdes-
taque para:
•
No lado da proteção ambiental, os desafios hoje emdia
estão associados ao desmatamento em pequena escala
executados pelos menos favorecidos e menos informa-
dos e coma implantaçãodoCódigoFlorestal, que envolve
enorme esforço de cadastramento, além do que virá em
seguida para executá-lo.
•
Notocanteàquestão fundiária, ainda temosumimpasse
relativoàparticipaçãodocapital estrangeironosegmento,
processosdedemarcaçõesdesupostas reservas indígenas
e áreas quilombolas. Mais do que tudoprecisamos, como
sociedade, decidir deumavezpor todas se realmenteque-
remos ter umpaís regido soba “regrada lei”. Semisso, não
conseguiremos avançar no projeto estratégico, já que as
incertezasacercadenovos investimentos sãomuitoaltas.
•
Aquestão trabalhista é caracterizada por reguladores/
legisladoresquenãoentendemadinâmicade trabalhono
campo, e impõem restrições urbanas/industriais a uma
realidade muito diferente e criminalizam de modo sub-
jetivo o empresário com trabalho análogo à escravidão.
•
No que diz respeito ao crédito, apesar da ainda enorme
presença do Estado distorcendo o mercado, a oferta de
recursos não émais o grande problema do setor. Mesmo
semoEstado, oagronegócio já temestruturasdemercado
estabelecidas para seu funcionamento e atendimento ao
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Vivemos ummomento singular na
história.Hoje, o agronegócio está
espalhadopelonosso território e é
protagonistada economiabrasileira