ensino
Revista da ESPM
| setembro/outubrode 2014
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banalização do processo de ensino-aprendizagem e a
substituição equivocada dos professores por outros ins-
trumentos ou profissionais menos qualificados.
Sabemos que o professor precisa mudar seu modo de
pensar e agir. Precisa dominar novos processos e tecno-
logias associados ao novo formato de sala de aula, o que
passa a ser um diferencial na busca de seu novo papel
perante a nova geração de alunos.
Seráqueosprofessoresjápensaramemalgummomento
inverter o
modus operandi
de uma aula tradicional por
meiodousoda sala de aula invertida ou
flip the classroom
?
Isso mesmo. Essa é uma prática cada vez mais utilizada
por aqueles que identificamemseu público-alvo a neces-
sidade de mudar o fluxo normal de eventos de uma aula
convencional. Por meio dessa técnica o professor pode,
coma ajuda de aplicativos, gravar a sua respectiva aula e
propor aos alunosumadiscussãopréviaparaumpróximo
encontro presencial.
Eoquechamamosdesalasconectadas?Nessecasoobser-
vamosqueuma simplesproposiçãodoprofessor jámotiva
apesquisaemtempo real deartigos, fórunsdediscussãoe
tudoqueestejadisponívelnaimensawww(WorldWideWeb).
Já em termos de escalabilidade e alcance no uso de
tecnologia na educação, não podemos deixar de lado
os MOOCs (do inglês
Massive Open On-line Course
, ou
Curso On-line Aberto e Massivo), que em 2012 tiveram
o seu momento de destaque na mídia internacional por
meio do jornal
New York Times
. Nesses formatos de cur-
sos busca-se o alcance demilhares de alunos. Amaioria
não exige pré-requisitos, assimcomo não oferece certifi-
cados de conclusão ou participação. Como sustentação
tecnológica, osMOOCs utilizamumAVAou fazemparte
de grandes serviços on-line como, por exemplo, o Cour-
sera, Udacity e Udemy.
Com a disseminação dos MOOCs, a possibilidade de
qualquerumfazerumcursoemumainstituiçãoderenome
comoHarvard,MITouStanfordficoubemmais acessível,
tendo-se,nessecaso,comobarreira,essencialmentealíngua
nativa,equenagrandemaioriadoscasoséalínguainglesa.
Embora os grandes aplicativos/serviços sejam extre-
mamente importantes para todo o processo interativo de
obtenção de conhecimento, sema produção e divulgação
de conteúdo nada disso seria sustentável. E, como não
poderia deixar de acontecer, a tecnologia se faz presente
tambémnesse caso.
Observandoo interessedemilharesdeusuáriosnocon-
sumo de versões on-line dos livros, a Amazon lançou em
2007oKindle,umaespéciedetablet,queaproximaaleitura
convencional no formatopapel paraumaversãodigital.Na
mesma linha do produto da Amazon, os novos formatos
digitais, como o ePub (
Electronic Publication
— Publicação
Eletrônica) e o próprio PDF (
Portable Document Format
, ou
FormatodeDocumentoPortátil), surgiramparapermitir a
buscapeloconhecimentoliteralmentepelapalmadasmãos.
Oconteúdo,emsuasdiversasformas,estámaisacessível,
porémoquepassaa ser problemáticoagora é averificação
deprocedênciaeconfiabilidade, hajavistaosusuáriosque
nem sempre sabem identificar se o material encontrado
é ou não passível de utilização. Isso inclui não somente
referenciá-lo dentro dos padrões ABNT (Associação Bra-
sileira de Normas Técnicas), assimcomo ter a percepção
de veracidade de taismateriais.
SegundoMaria dasGraças Targino, “para que se possa
usufruirdetodososrecursosdisponíveisemredes,deuma
forma racional, lógica e ágil, o indivíduo necessita apri-
morar a sua postura seletiva, recorrendo a mecanismos
distintos, que incluem desde o simples hábito de leitura
de resumos à priorização de publicações especializadas,
mas, sobretudo, o completo domínio dos procedimentos
de utilização das novas tecnologias”.
O ciclo de nossa análise ao longo do texto forma uma
tríade perfeita para referenciarmos, definitivamente, a
presença da tecnologia no contexto educacional: con-
teúdo, motivação e infraestrutura. O conteúdo é a força
motriz,mas semmotivação e sema infraestruturaneces-
sária não conseguimos evoluir na busca pelo conheci-
mento inovador e criativo de que necessita esta nossa
nova sociedade da informação.
Flavio Marques Azevedo
Doutor em engenharia elétrica pela Escola Politécnica
da USP, consultor especializado em projetos de
ensino a distância e professor do curso Sistemas de
Informação em Comunicação e Gestão da ESPM
Oconteúdo estámais acessível,
porémoque passa a ser problemático
agora é a verificaçãode procedência e
confiabilidade domaterial encontrado