setembro/outubrode2014|
RevistadaESPM
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bonita. A iniciativa representa o maior pilar de comu-
nicação do Google no Brasil e utiliza diversos serviços
da marca, como o Google Maps e o Google Plus, para
colorir os muros das cidades.”
Outro case recente, citado por Matheus, foi a ação
Whatscook, da Hellmann’s, marca da Unilever. Desen-
volvidapor umadas empresasda redeFlagcx, aCuboCC,
a iniciativapromoveuo lançamentodoprimeiroserviço,
emtempo real, para ensinar receitas personalizadas aos
usuáriosviaWhatsApp.Comaajudada tecnologia, aação
conectou, viacelular, umtimede chefsde cozinhacomo
consumidor final, para apresentar a variedade dos usos
culináriosdamaionese.“Temoscomoideologiaincentivar
asmarcas a investir emações capazes de gerar o engaja-
mento do público e estabelecer uma conversa contínua,
que permeia diversos canais de comunicação.”
A fórmula atual daFlagcxé resultadodeumaparceria
que teve início em2008, quandoMatheus trabalhava na
áreademarketingdaUnilever econtratouMartini, então
proprietáriodaprodutoradigitalCuboCC,paradesenvolver
projetosparaasmarcasRexonaeAxe. “Doisanosdepois,
saí daUnileverpara tocar aáreadeplanejamentoestraté-
gicodaagência, queestavaampliandoas suasoperações
no segmento demídia digital”, lembra o jovemprofissio-
nal, que aos 26anos já exerciaa funçãode chief financial
officer (CFO) emumaempresacom200 funcionários, que
em2010passouafazerpartedogrupoInterpublic.“Foium
grande desafio gerenciar esse rápido crescimento, mas
tive duas boas escolas: a ESPM, onde aprendi a planejar
e fui incentivado a empreender; e aUnilever, queme deu
toda a base domarketing tradicional.”
Assim, para seguir a filosofia do
creative disruption
network
, a Flag investiu emummodelo de negócios dife-
renciado. “Namedidaemque íamoscrescendo,ficoucada
vezmaisdifícil gerenciar oempreendimentodemaneira
quefizessesentidoparatodos.Nãotínhamosferramental
nemestruturasuficientesparamanter todososprofissio-
naismotivados”, revela o fundador da Flagcx.
Para solucionar esta equação, ele utilizou como fonte
de inspiração o funcionamentodo cérebro. “Nosso cére-
broéumacentral de inteligênciaquesabeoqueacontece
com cada célula do corpo em tempo real. Procuramos
seguir por esse caminho. Em vez de encontrar a tecno-
logia capaz de quebrar a barreira de gestão ou contratar
mais pessoas para gerenciar outras pessoas, optamos
por formar um conjunto de empresas com estruturas
independentes e autossuficientes, mas que interagem
e atuamsob omesmo conceito.”
Atualmente, este ecossistema é composto por dez
empresas:asagênciasCuboCCePongDynasty;aempresa
de prototipagem rápida Mesa & Cadeira; o negócio de
mídia programáticaCadreon; as quatro produtoras The
Kumite,BlackMagic,Doubleleft e Iceland2ndNation(que
trata de objetos conectados e internet das coisas); além
da Clan e da Neuron, que prestam serviços de recursos
humanos, administrativos e financeiros para todas as
empresas do grupo Flagcx. “Cerca de 400 profissionais
trabalham neste ecossistema, que em 2013 movimen-
tou R$ 18milhões, incluindo a compra demídia. Traba-
lhamos emumritmomuito intenso, atendendo tantoos
maioresanunciantesdomundoquantograndesagências,
comoOgilvy, FBiz eAgênciaClick. Apenas emnossapro-
dutora digital, 60 projetos são criados por mês”, calcula
Matheus, que em julho de 2014 assumiu umnovo desa-
fio: implantar o conceitoda Flagnomercado americano.
“Meuobjetivo agora é expandir nossas operações e criar
uma conexão entre oBrasil e os EstadosUnidos, que são
ummercado mais maduro, onde as coisas acontecem
antes. Essa oxigenação dos negócios irá contribuir para
o crescimento de nosso business no Brasil.”
Umconselho para aqueles que estão entrando agora
no mercado? “Tire a ideia do papel, pratique o exercí-
cio de tentativa e erro. Tenha sempre emmente que o
sucessonãosemedepelaquantidadedeprêmios ganhos
por uma ação, e sim pelo número de conexões que ela
é capaz de gerar!”
“Foi umgrande desafiogerenciar o
rápido crescimento registradopela
Flag,mas tive duas boas escolas:
aESPMe aUnilever”
MatheusBarros
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