Janeiro_2005 - page 98

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REV I STA DA ESPM–
J A N E I RO
/
F E V E R E I RO
D E
2005
Case-
Study
2.
OMERCADODO
LUXONOBRASIL
Segundo a
Câmara Americana de
Comércio,
aAmchamBrasil, omer-
cado do luxo no país alcançou um
valor entre US$ 1,8 e US$ 2,2 bi-
lhões, ou cerca de 1% domercado
de luxomundial.Aporcentagemda
população que consumia produtos
de luxo em 2004 era pequena,
comparada à de países desen-
volvidos.Mas, cruzandoo valor do
mercado de luxo com as várias
estimativas de números de consu-
midores do setor, deduz-se que o
consumidor médio de produtos de
luxo no Brasil despendeu, talvez,
de três a cinco vezes mais do que
o consumidor médio mundial.
Mais: os produtos cresciam em
cerca de um terço ao ano, embora
as vendas de algumas marcas
tenham arrefecido em 2004.
ChristianDior emuitas outras mar-
cas mundiais de luxo, famosas e
bem-sucedidas,disputamcomvigor
o mercado brasileiro, que foi, por
exemplo, oprimeirodaAméricado
Sul a ter lojas da joalheria Tiffany
& Co. Baccarat e Christofle estão
aqui desde o Império. Uma das
lojas brasileiras da Louis Vuitton
está entre as mais produtivas do
mundo.AArmani, diz-se, teriaven-
didonoano2000mais noBrasil do
que em New York. As lojas Mont-
blanc de São Paulo também esta-
riam entre as mais bem-sucedidas
da rede no mundo. A marca ven-
deria, aqui, mais canetas do que
em qualquer outro país, exceto os
EUA, França, Itália e Espanha; e
só perderia na venda de relógios
para os EUA e a Itália. O responsá-
vel pela concessionária da Ferrari
revelou, numa entrevista que, em
2002, vendia 40 unidades dos seus
carros por ano, a preços entreUS$
180 e US$ 550mil. Em São Paulo,
basta andar no
shopping center
Iguatemi, visitar a loja Daslu ou
passear no “quadrilátero dos Jar-
dins” para encontrar nomes iden-
tificados com as ruas mais exclu-
sivas deNewYork, Paris ouMilano.
Como explicar o interessede tantas
marcas importantes por um país
emergente, com apenas a 61ª posi-
ção mundial na renda
per capita
?
A confidencialidade e a imprecisão
das informações num mercado
novo e disputado é natural. Mas
alguns fatores ajudam a explicar o
seu surto impressionante.
Com 182 milhões de habi-
tantes em 2004, o Brasil era
o5ºmais populosodomun-
do. Qualquer porcentagem desse
número é significativa, em com-
paração com países com menos
habitantes ainda quemais ricos
per
capita.
Aduracompetiçãonoplano
global estimula a presença num
mercado assim, que se tornaria,
depois, custoso de penetrar.
Aeconomia se recuperaeal-
cançouaposiçãode9ºmaior
PIB domundo em 2004.
Restrições ideológicas à en-
trada do país na economia
mundial foram eliminadas e,
apartir de1990nós abrimos para a
importaçãodeprodutosde todosos
tipos. Foi em 1989, antecipando
aquela decisão, que, a Louis Vuit-
ton – com 150 anos de vida, uma
dasmaioresdomundo, comvendas
GRUPOSDOSETORLUXO
CONGLOMERADO/EMPRESA
Grupo LVMH
12,0
Louis Vuitton
2,6
Christian Dior Couture
0,523
Grupo LVMH +Dior
12,523
Grupo Pinault-Printemps-Redoute*
24,36
GrupoGucci
2,54
Marca Gucci
1,5
Grupo Richemont
3,95
Tiffany
1,89
Hermès
1,30
GrupoArmani
1,58
Burberry
1,90
Bulgari
0,759
C$
FATURAMENTO2003
(BILHÕESAPROX.)
* O Grupo Pinault não atua apenas no segmento de luxo.
Em 2001, o grupo teve um faturamento de C$ 2,5milhões no segmento luxo.
C$
C$
C$
C$
C$
C$
C$
US$
C$
C$
£
$
1.
2.
3.
US$
1...,88,89,90,91,92,93,94,95,96,97 99,100,101,102,103,104,105,106,107,108,...115
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