Maio_2009 - page 47

Edmir
Kuazaqui
maio
/
junho
de
2009 – R e v i s t a d a E S P M
47
Ofimdos empregos,
acrisemundial e
asmicro e pequenas
empresas
Jeremy Rifkin apresenta em seu livro
Ofimdosempregos
,publicadonadé-
cadapassada,umavisãopreocupante
sobreo futurodomundo.Argumenta
que omundo está entrando em uma
nova fasenahistórianão tãobrilhante
quanto pregavamAlvinToffler, em
A
terceira onda
, eMarshall Mc Luhan,
na sua
Aldeiaglobal
–embora fossem
seus contemporâneos. Segundo o
autor, estanova fase éo resultadodo
surgimentodenovas tecnologias rela-
cionadasaoprocessamentodedados,
à robótica, às telecomunicações, em
conjunto com a abertura dos mer-
cados internacionais. A necessidade
de as empresas se expandirem, com
a oferta de produtos e serviços cada
vezmais competitivos, tem forçadoa
buscadenovas formasdeotimização
derecursos.Afirmaqueaautomatiza-
ção e a informatização, decorrentes
do uso cada vezmaior demáquinas
ecomputadores,oferecemganhosde
escala e de produtividade, além da
inegávelreduçãodecustosedespesas,
que,emprincípio,oferecea falsa ideia
dequemaispessoaspoderãoentrarno
mercadodeconsumoeadquirirbens,
e de que haverá a preponderância
de mão de obra mais operacional,
em detrimento da especializada. O
grande problema é que boa parte da
populaçãomundial não temflexibili-
dade, agilidadee recursos suficientes
para se adaptar às possíveis mudan-
ças e transformações tecnológicas e
econômicas que assolam o mundo,
oque incrementa as diferenças entre
as nações menos favorecidas e, ao
mesmo tempo,propiciaoacentuarda
pobrezaedamisériaemalgunscasos.
Acada inovação, asempresasconse-
guemumaumentodeprodutividade,
porém têm colocado à margem do
trabalhomilhares de operários cujas
funções não são mais necessárias
frenteàsnovasrealidadesdemercado.
Constroem,assim,abasedeatividades
informais. Aqueles que permanecem
nos empregos, noentanto, se sentem
compelidos a trabalhar cada vez
mais, por salários cada vezmenores.
As empresas que se autodenominam
competitivas têmoptadopor trabalhar
com uma folha de pagamento cada
vezmenor, obrigandoos trabalhado-
res a produzirem cada vezmais. É o
chamadodesempregoestrutural.
A solução proposta pelo autor para
contra-atacar os impactos criados
pela tecnologia está nas mãos dos
governos. Implica na criação de um
maiorapoioparaochamadoTerceiro
Setor ou Setor Social, no qual, dife-
rentementedossetorescomerciais,as
mudançasdeganhoseperdassãome-
nos importantes, eoque importa, no
fim, éoaspecto social.Mostra, como
exemplo, o fato de que, nos Estados
Unidos, na década passada, ummi-
lhãoequatrocentasmil organizações
semfins lucrativos contribuíram com
aproximadamente 6% da economia
e foram responsáveispor9%donível
deemprego total.Oaspecto sombrio
do autor se reflete nos números que
apresenta como fatos e previsões,
sendo 2020, para ele, o ano em que
virtualmente se esgotarão as possibi-
lidadesdeempregoestrutural.Temos,
portanto,onzeanosparanospreparar
para ummundo que se automatizou
aproveitandoamãodeobrahumana,
ou para, literalmente, chegarmos ao
fimdos empregos estruturais.
Curiosamente, segmentosqueprocu-
rarammaior produtividade por meio
damecanizaçãoeda informatização
– indústriaautomobilística,siderúrgica
edemineração–estãosendo também
afetados, além da área de serviços
financeiros e imobiliários. Presencia-
mos, neste final da primeira década
deste século, a continuidade do de-
clíniononíveldeempregos formaise
uma redução do poder aquisitivo da
população mundial. Anteriormente,
alguns produtos eram inacessíveis a
alguns consumidores; atualmente,
estão nas prateleiras a preços muito
acessíveis,masaquestãoé: seaspes-
î
Aautomatizaçãoea informatização,
decorrentesdousocadavezmaiorde
máquinas ecomputadores, oferecem
ganhosdeescalaedeprodutividade, além
da inegável reduçãodecustos edespesas.
s
Divulgação
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