ELes passaram pela espm
Revista da ESPM
|março/abril de 2013
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das agências, a informática entrou no universo da publi-
cidade pela porta dos sisudos departamentos de conta-
bilidade, enquanto os departamentos de mídia ainda se
apoiavam em históricas máquinas de calcular. Muitas
vezes, não necessariamente... elétricas!
Na época, Queiroz procurou tirar o máximo de rendi-
mento do computador
–
o único
–
do departamento de
mídia da multinacional. “O crescimento do manejo da
informática na área de mídia serviu para que eu vislum-
brasse a especialidade de formamuitomais ampla, mais
profunda, doque a soma de todoo conhecimentoque, até
então, vinha acumulando”, afirma.
Em 1984, Queiroz formou-se na ESPM. E continuou
prestando serviços para a McCann até 1987, período
que considera como relevante para a consolidação das
técnicas administrativas e operacionais de uma grande
agência de propaganda.
Seu ingresso na Salles Interamericana, como era
conhecida a Salles em1987, foi a resposta para assumir
uma das gerências do departamento de mídia daquela
agência. “Também foi uma fase gratificante da minha
carreira profissional. Na Salles tive liberdade de prati-
car as experiências teóricas e profissionais que vinha
acumulando há nove anos, desde a CBBA.”
Programação criativa
Entretanto, foi em 1991 que a carreira do profissional
de mídia deu uma guinada, com sua ida para a DM9. Na
agência recém-fundadapor umjovempublicitáriobaiano
muito talentoso, ele assumiu o desafio de chefiar a área
de mídia. E foi assim que Paulo entrou para o time de
Nizan Guanaes emumnegócio que vive empermanente
“ebulição criativa”.
Ele afirma que tal comportamento contribuiu
–
e
muito
–
para que a atividade do seu departamento se
desenvolvesse
pari passu
como crescimento da própria
empresa. Em sessões de
brainstorming
memoráveis, a
mídia participava e, em muitos casos, acabava contri-
buindo para a entrega de um produto final com maior
pertinência e qualidade. “Certa vez, o Nizan criou uma
campanha para divulgar um suco fresco da Parmalat.
Ele queria provar, às pessoas, que a laranja era colhi-
da, processada, embalada e vendida no mesmo dia.
A forma que encontramos de provar que isso ocorria
de fato foi gravar um comercial às 6 horas da manhã
numa fazenda, depois mostrar a produção, o produto
indo para a loja e a dona de casa comprando o produto.
Mas tudo deveria ser feito no mesmo dia, da gravação
à veiculação.” Se já é complicado fazer isso hoje, ima-
gine como foi produzir essa campanha há 20 anos...
“Precisávamos, naquela época, de uns cinco dias para
operacionalizar um comercial, com todos os trâmites,
incluindo os prazos legais das emissoras de televisão.”
Queiroz lembra que foi uma missão quase impossível.
“Criamos ummanual de operações para a TVGlobo, que
topou o desafio. Alugamos cinco jatos e contratamos
motoqueiros usando
walk talks
; na época não tinha rádio
ou celular, então eles usavam aqueles rádios antigos. E
1961
Paulo César Queiroz
nasce na capital paulista
1979
Conclui seus estudos
pré-universitários no
Colégio Santa Terezinha
1980
Durante estágio
como trainee emuma
agência de propaganda
(CBBA), influenciado
por familiares, opta
pela Escola Superior de
Propaganda eMarketing
(ESPM) para desenvolver
a sua formação
acadêmica
1982
É convidado para
integrar o departamento
demídia daMcCann-
Erickson como cargo de
supervisor
1984
Conclui a sua graduação
na ESPM
Raio-x
dePauloCésarQueiroz