Revista da ESPM
|março/abril de 2013
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especial
E
m 1984, Vilfredo Schürmann largou tudo
–
casa, estabilidade profissional e
financeira, carro e o conforto da vida em terra firme. E partiu de Florianópolis (SC),
comaesposaHeloísaeos filhosWilhelm,DavidePierre (com7, 10e15anosde idade,
respectivamente, na época), para realizar um sonho: dar a volta ao mundo a bordo
de umveleiro. Os dois anos iniciais se transformaramemdez anos de viagem! Aaventura deu
tão certo, que acabouoriginandouma sériede livros, palestras, workshops e até games. Agora,
30 anos depois doprimeiroempreendimentoemalto-mar, ele sepreparapara embarcar coma
família, na terceira aventura ao redor domundo: a ExpediçãoOriente. No dia 24 de novembro,
os Schürmann irão seguir a rota que os chineses teriam percorrido ao redor do mundo, no
século15. Oobjetivoé comprovar a teoriado livro
1421: o ano emque aChina descobriu omundo
.
VilfredoSchürmann
Navegarépreciso!
“
Empreender é buscar soluções que via-
bilizema realizaçãode seu sonho. Nessa
busca sempre haverá tempestades. Elas
são inevitáveis. Mas, comperseverança
e muito trabalho
–
aliados à ousadia
–
se chega a um porto seguro. Voltemos
no tempo. Imaginem 30 anos atrás,
quando uma família decide largar tudo
para apostar no sonho de passar dois
anos viajando num veleiro. Pois essa
é a nossa história, que, inicialmente,
nos rendeu críticas. Mas tínhamos um
sonho e, para realizá-lo, nos prepara-
mos e buscamos por soluções. Com
determinação, coragem e, acima de
tudo, uma equipe extremamente unida
e comprometida; o sonho virou realida-
de e tornou-se ainda maior. Durante a
viagem, nós nos tornamos empreende-
dores, realizando charters como veleiro;
os meninos deram aulas de windsurfe e
mergulho; Heloísa escreveuartigos para
revistas e publicações especializadas... E
assim navegamos dez anos pelos ocea-
nos Atlântico, Pacífico e Índico. Dessa
nossa primeira experiência vieram a
inspiração e os ensinamentos que nor-
teiam a vida e os projetos da Família
Schürmann. Um capitão sempre nave-
ga por mares e oceanos acompanhado
de sua eficiente tripulação. Mas confiar
na equipe não significa ‘fechar os olhos’
para o que ocorre ao redor. Um bom
capitão deve ter a competência para sa-
ber cobrar da sua equipe aquilo que foi
solicitado e fazer avaliações periódicas
de desempenho. Outro grande desafio
é o planejamento. Não existe um ‘tem-
plate’ para seguirmos. Temos de criar
tudo do zero, da nossa maneira. É um
projeto multifacetado que exige uma
programação específica para cada uma
das áreas: construção do barco, planeja-
mento da viagem (incluindo tripulação,
treinamento, licenças, vistos, pesquisa
de portos e locações), produção de even-
tos, projetos educacionais, estratégias
de divulgação etc. E o nosso maior de-
safio: desenvolver o espírito de equipe,
a convivência e o relacionamento inter-
pessoal em um pequeno espaço, além
das tempestades em alto-mar. União e
comprometimento são fundamentais.
Todos precisam entender aonde se quer
chegar e o melhor caminho a seguir
diante dos objetivos traçados.”
Formação:
economista,
assessor financeiro e
capitão de duas expedições
de volta ao mundo
O que construiu:
passou
dez anos viajando com a
família ao redor do mundo,
refez a rota de Fernão de
Magalhães e, agora, se
prepara para comprovar
que os chineses foram os
primeiros a contornar o globo
Motivo de orgulho:
depois
de três anos de pesquisas e
dois anos de buscas no mar,
os Schürmann encontraram
um dos dez submarinos
alemães afundados na
costa brasileira durante
a guerra. O fato inédito
repercutiu em vários países
Raio-xdo
empreendedor