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março/abrilde2014|

RevistadaESPM

145

Logísticanafase

dapuberdade

Por Arnaldo Comin

Foto: Divulgação

O

empresário Urubatan Helou conhece como a palma da mão o es-

tado — e o estrago — em que se encontram as rodovias brasileiras.

Fundada por ele em1977, a Braspress figura entre as grandes trans-

portadoras de carga expressa sobre rodas do país e tem contornado

as deficiências estruturais da malha de transportes com o uso intensivo de

tecnologia. Rastreamento em tempo real, prevenção a roubos e, sobretudo, um

moderno sistema de movimentação de volumes, que permite receber, catalogar

e redistribuir em centenas de caminhões até 120 mil entregas por dia somente

em São Paulo, garantem a competitividade que coloca na vala comum todas as

transportadoras na hora de enfrentar os buracos das estradas brasileiras.

Desde janeiro, Helouocupa a vice-presidênciadaAssociaçãoNacional dos Trans-

portadoresdeCargaeLogística (NTC&Logística). Háanos, aentidadepromoveestu-

dos e aponta os caminhos para amelhoria do setor de transporte de carga noBrasil.

Mas Helou explica que o atraso da logística no país acontece porque ela vema rebo-

que do desenvolvimento. Quantomais a economia se sofistica, maior é a demanda

por serviços eficientes de distribuição. Como o crescimento veio tarde, a logística

ainda não se consolidou e agora exerce pressão para que problemas do tamanho do

Brasil sejam finalmente resolvidos. O principal é a precariedade de infraestrutura,

seguido pela falta de integração entre as matrizes de transporte, a miscelânea de

impostos e a guerra fiscal entre Estados. A lista é grande e não há soluções de curto

prazo. Reforma fiscal, aumento do investimento privado na infraestrutura e o fim

de impasses regulatórios no Congresso garantiriam um salto de décadas na qua-

lidade da logística brasileira. Para Helou, não é tão difícil chegar quando se sabe o

destino. “Basta vontade política.”