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funcionam alimentados com 90% de cacos reciclados

em substituição à areia, ao calcário e ao feldspato dos

quais o vidro originalmente é feito.

Algo semelhante acontece coma produção de aço no

mundo. Segundo aAssociaçãoBrasileira de Embalagem

de Aço (Abeaço), atualmente 60% da produção é feita a

partir do aço reciclado e apenas 40% comminério.

Aindústria,portanto,temmuitoaganharcomarecicla-

gemdeembalagemeseempenhaparaconseguiralcançar

índices cada vez maiores na substituição das matérias-

-primas virgens pelomaterial reciclado. Como exemplo,

temosasmetasdareciclagemparaaCopadoMundo2014,

um acordo setorial feito por 21 entidades lideradas pelo

Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre),

quepropõeumaatuaçãoconjuntanas12cidades-sededos

jogos. O objetivo dessa iniciativa é ampliar a reciclagem

dosresíduossólidosurbanos(RSU),incluindoembalagens,

dos atuais 27,2%para 42% até o final deste ano, no país.

Mas o que a sociedade ganha com isso e que interesse

tememparticipardessaatividade?Asociedadetemtantoa

ganharquantoa indústria, pois, alémdosganhosambien-

tais que a reciclagem promove, ela é fonte de trabalho e

renda para quase um milhão de brasileiros excluídos.

Por meio dessa atividade, esses brasileiros conseguem

ganhar seu sustento e empreender o caminho de volta

à sociedade da qual a maioria deles já se encontrava à

margem. Portanto, umenorme ganhoambiental e social.

Noconjunto, osbenefícios econômicos e socioambien-

tais da reciclagem de embalagens podem ser sumaria-

mente exemplificados comos seguintes números: mais

de820mil brasileiros tiramseu sustentodessa atividade,

1,2mil cooperativasdecatadoresempregam30,4mil pes-

soas, que arrecadarammais de R$ 700milhões.

A atividade de reciclagem de embalagem no Brasil,

incluindo as indústrias recicladoras, gerou mais de R$

10 bilhões em2012 e estima-se que umvalor semelhante

aindapode ser resgatadodo lixoapartir dacoleta seletiva

dobrando o faturamento desse setor nos próximos anos

(confira ao ladoa tabela

Quanto vale a embalagemusada?

).

Agora é lei!

Ainda assim, existe um elo fraco que não encontrou os

ganhos necessários para uma maior inserção na cadeia

da reciclagem. Amaioria das prefeituras temmuita difi-

culdade emmontar programas de coleta seletiva porque

essamodalidadede serviço custa emmédiaquatrovezes

mais caro que a coleta convencional.

Mas, seja como for, anecessidade de aumentar os índi-

ces de reciclagem agora está expressa em lei, e todos os

elos da cadeia precisarão se mobilizar para alcançá-los.

Para que isso aconteça, algumasmelhorias precisamser

implementadas.

A primeira delas é as prefeituras municipais pro-

moverem o aumento da coleta seletiva com a implan-

tação de programas e galpões de separação de emba-

lagens para reciclagem, operados por cooperativas de

catadores ou funcionários municipais, pois hoje ape-

nas 14% dos municípios brasileiros têm algum tipo de

coleta seletiva parcial. No Rio de Janeiro, por exem-

plo, o índice de coleta seletiva é de 1% do total de lixo

coletado, enquanto em São Paulo este percentual não

passa de 2%. Nas raras cidades com índices maiores de

coleta seletiva, esse número não chega a 20% (ver qua-

dro

Coleta seletiva

na página ao lado).

Quantovale a

Embalagemusada?

Preço superior no Brasil por tonelada

dematerial coletado para reciclagem

Material

Valor (R$)

Papelão

450,00

Papel branco

460,00

Latas de aço

700,00

Vidro

140,00

Latas de alumínio

3.500,00

Plástico rígido

1.300,00

Plástico filme

1.100,00

PET

2.000,00

Embalagens Longa Vida

500,00

Mercado

Revista da ESPM

|março/abril de 2014

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